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Esquema de pirâmide com bitcoins contava com ator como CEO, diz TV

O homem que aparecia como CEO da empresa é Nestor Nunes, ator uruguaio que interpretava o personagem Salvador Molina - Reprodução/TV Globo
O homem que aparecia como CEO da empresa é Nestor Nunes, ator uruguaio que interpretava o personagem Salvador Molina Imagem: Reprodução/TV Globo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

15/09/2024 21h44Atualizada em 15/09/2024 22h27

Um ator profissional era o rosto que estampava as campanhas da empresa Forcount, investigada pela PF por um suposto esquema de pirâmide com bitcoins. As informações são do Fantástico, da TV Globo, que trouxe detalhes do esquema bilionário revelado em 2022.

O que aconteceu

O homem que aparecia como CEO da empresa é Nestor Nunes, ator uruguaio que interpretava o personagem Salvador Molina. "Era um verdadeiro teatro, e aí aparecem figuras com essa grande capacidade de convencimento para apresentar o esquema para os potenciais clientes", disse o Fabiano Emídio, oficial da PF do Brasil em Nova York.

Em um vídeo nas redes sociais, Nestor diz que mora no Brasil há mais de 30 anos. No momento da gravação, ele estava na região metropolitana de Curitiba. O verdadeiro CEO da Forcount é Francisley Valdevino da Silva, conhecido como "Sheik dos Bitcoins", também morador do Paraná.

Francisley virou sócio do grupo em 2017, segundo o Fantástico. Quatro anos depois, o esquema desmoronou e os clientes pararam de receber os dividendos. Manifestações foram realizadas contra a empresa.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA classificou a Forcount como um "esquema de pirâmide". O prejuízo dos investidores seria de US$ 50 milhões (R$ 280 milhões).

No Brasil, 15 mil pessoas teriam sido vítimas do esquema. Essas pessoas ainda esperam recuperar uma parte do dinheiro investido nas empresas dele. Na época das investigações em 2022, Sasha Meneghel e o marido também foram apontados como vítimas de Francisley. Eles teriam tido um prejuízo de R$ 1,2 milhão.

Colaboração entre a PF e os agentes dos EUA revelou supostas irregularidades em outras duas empresas do Sheik dos Bitcoins: a Rental Coins e a InterAg. Operação de 2022, quando endereços ligados a Francisley foram alvos de busca e apreensão, identificou que a suposta estrutura movimentou cerca de R$ 4 bilhões.

Prisões

Francisley chegou a ser preso em 2022, mas seguiu com o esquema depois da soltura, de acordo com as investigações. Segundo o Fantástico, ele utilizou nomes de ex-funcionários para abrir novas empresas. O Sheik dos Bitcoins voltou a ser preso pela PF no mês passado.

O brasileiro é investigado pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes contra o sistema financeiro. É réu, ao lado dos sócios da Forcount, em um processo semelhante nos EUA.

"A empresa nunca teve como fim lesar o patrimônio de quem quer que seja", disse o advogado Jackson Bahls, que representa Francisley. "Em verdade, o que se passou durante um período foi uma baixa financeira, uma má administração da empresa. E esse ator, em específico, jamais serviu como ponte para lesar quem quer que seja", acrescentou.

Em um vídeo nas redes sociais, Nestor Nunes alegou ter sido iludido pelo brasileiro. Ele está detido nos EUA e será julgado pela participação na suposta farsa bilionária.

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