Dentista morre arrastada por carro em Belém; 'estamos em choque', diz irmã

A dentista e pastora Andreza Kelly Coutinho, 45, morreu após ser arrastada pelo próprio carro, em um assalto em Belém (PA). Andreza pensava que a filha estava no veículo e tentava salvá-la. Ela se pendurou na porta do carro e bateu a cabeça ao cair. Irmã diz que ela morreu na hora.

O que aconteceu

O caso ocorreu por volta das 7h30 deste sábado (14), na Vila Aleixo, bairro da Pedreira, em Belém. A irmã da vítima, a psicóloga Ângela Coutinho, 49, contou ao UOL que Andreza havia saído para levar a filha Beatriz, 15, para um simulado, mas que voltou para casa porque havia esquecido alguns itens.

Ela esqueceu a Bíblia e um caderno de anotações e voltou para buscar, saiu do carro e deixou a porta aberta. Nesse momento, dois bandidos armados entraram na casa e já foram agredindo ela e a minha mãe, arrastando-a pelo cabelo. As duas passaram a lutar para sobreviver. Andreza não quis dar a chave do carro e ficou gritando para a filha fugir.
Ângela Coutinho, irmã da vítima

Assustada, a adolescente fugiu para o final da vila e ficou gritando por socorro. Ainda segundo a irmã de Andreza, os bandidos roubaram vários pertences, entre celulares, notebooks e documentos. Pegaram também a chave do carro, usando o veículo para a fuga. "Nesse momento, ela se pendurou na porta do carona para tentar impedir a fuga. Na primeira ré, os bandidos derrubaram um poste e Andreza caiu, mas ainda conseguiu se levantar. Na segunda, o corpo dela ficou entre o portão da vila e o carro. Ela bateu a cabeça e morreu ali mesmo", lamentou a psicóloga.

Família está em choque com crime bárbaro

A irmã de Andreza diz que a família está devastada com o crime bárbaro. Segundo ela, a atitude da irmã em se pendurar na porta foi por causa de seu instinto de mãe.

No desespero, ela não conseguiu visualizar que a filha não estava mais no carro. Estamos todos em estado de choque e sem acreditar, mas ela foi uma guerreira que morreu para tentar salvar a vida da filha. O sentimento é de indignação, mas estamos em oração para que ela faça uma passagem tranquila, mesmo após essa morte trágica.
Ângela Coutinho, irmã da vítima

A tia conta que a filha da vítima não conseguiu ir ao velório. "Ela está em estado de choque. Ontem veio aqui, mas não conseguiu ficar. Está tendo atendimento médico. Agora vamos trabalhar para que ela não tenha sentimento de culpa", contou a psicóloga.

A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela seccional da Pedreira como latrocínio. O carro da vítima já foi localizado e será periciado, as buscas pelos envolvidos no crime continuam.