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Tempestade Boris deixa mortos na Romênia; Europa Oriental é atingida por fortes chuvas

14/09/2024 12h47

Quatro pessoas morreram na Romênia por causa das consequências da tempestade Boris, informaram neste sábado (14) as autoridades do país, enquanto chuvas excepcionais causaram inundações em vários países da Europa Central e Oriental. Os serviços de emergência romenos encontraram os corpos das vítimas durante uma operação de busca na região mais afetada, Galati (sudeste), onde 5.000 casas foram atingidas.

"Devido às fortes chuvas, ocorreram inundações" e, no total, em todo o país, 19 localidades e centenas de pessoas foram resgatadas, informaram as autoridades da Romênia. Vídeos mostram dezenas de casas debaixo d'água numa aldeia ao longo do rio Danúbio.

Setecentas casas foram inundadas na cidade de Slobozia Conachi, na região de Galati, segundo o prefeito, Emil Dragomir. Entrevistado pela televisão local Digi24, ele fala em uma "catástrofe de escala extraordinária". "Já tivemos inundações há onze anos, mas não foram tão graves", acrescentou.

O primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, é esperado na região. Em um comunicado, o presidente Klaus Iohannis "expressou as suas condolências às famílias enlutadas". "Estamos mais uma vez confrontados com os efeitos das alterações climáticas, cada vez mais presentes no continente europeu, com consequências dramáticas", afirmou o chefe de Estado. "Devemos continuar a reforçar a nossa capacidade de antecipar eventos climáticos extremos e de alertar a população."

Na República Tcheca, 100 mil bombeiros estão de prontidão. Quase 2.900 incidentes foram registados na sexta-feira (13), principalmente quedas de árvores e inundações. Quase 50 mil casas ficaram sem eletricidade neste sábado, informou a companhia elétrica CEZ.

Um hospital na cidade de Brno, no sudeste do país, foi evacuado esta manhã. A região da Morávia (nordeste) declarou estado de emergência. "O solo está saturado, o que significa que toda a água da chuva permanecerá na superfície", alertou o ministro do Meio Ambiente, Petr Hladik, no X.

Na cidade oriental de Olomouc, Robert Hubinak tentava proteger a sua casa com sacos de areia. "Trouxe cerca de três toneladas de areia desde ontem. Sessenta ou talvez 80 sacos", explicou o morador à AFP. A areia é fornecida gratuitamente aos moradores ameaçados.

O estado de emergência também foi declarado em Bratislava, capital da Eslováquia.

Na Polônia, a situação é mais grave no sudoeste, segundo o governo, e as próximas horas serão as mais difíceis. A passagem da fronteira polaco-tcheca em Golkowice foi fechada neste sábado, após o transbordamento de um rio.

 A linha ferroviária entre Prudnik e Nysa foi fechada ao tráfego, assim como várias estradas da região.

Neve em setembro

Na Áustria, foram registados ventos de até 146 quilômetros por hora no sul do país e precipitações de até 170 litros de água por metro quadrado no norte.

Na capital Viena, os bombeiros intervieram cerca de 150 vezes nas últimas 24 horas para limpar ruas bloqueadas com detritos ou para bombear a água que invadia as casas, segundo a imprensa local.

A parte arborizada do Parque Schönbrunn, o local mais visitado da Áustria, foi fechada como medida de precaução, informaram os serviços de emergência à agência APA.

Embora o "pico ainda não tenha sido atingido", segundo o chanceler Karl Nehammer, na região da Estíria, 4.000 casas estão sem eletricidade.

Nas zonas montanhosas do oeste, a neve dificulta o trânsito em diversas estradas e os serviços de emergência procuram um homem desaparecido após uma avalanche.

O Tirol foi coberto em certos locais por uma camada de até um metro de neve, situação excepcional para meados de setembro. Na semana passada, foram registradas temperaturas acima de 30 graus na região. 

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