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Papa condena mortes de crianças em Gaza em bombardeios israelenses

26.jun.2024 - Papa Francisco - Yara Nardi/Reuters
26.jun.2024 - Papa Francisco Imagem: Yara Nardi/Reuters

13/09/2024 18h25Atualizada em 13/09/2024 18h39

Por Joshua McElwee

A BORDO DO AVIÃO PAPAL (Reuters) - O papa Francisco condenou nesta sexta-feira a morte de crianças palestinas por conta dos ataques israelenses em Gaza, classificando o bombardeio de escolas sob a "presunção" de acertar também militantes do Hamas como algo "repulsivo".

No voo de volta a Roma vindo de Cingapura, o pontífice expressou dúvidas sobre se Israel ou o Hamas, em guerra por 11 meses, buscavam um fim ao conflito. "Sinto em ter que dizer isso", disse o papa. "Mas não acredito que eles estão dando os passos necessários para ter paz".

Francisco falava em uma coletiva de imprensa depois de uma exigente turnê de 12 dias pelo Sudeste Asiático e pela Oceania. Ele disse que fala no telefone com membros de uma paróquia católica em Gaza diariamente e "eles me dizem coisas repulsivas, coisas difíceis".

"Por favor, quando você vê corpos de crianças, quando você vê isso, sob a presunção que guerrilheiros estão lá, e bombardeiam uma escola, isso é algo repulsivo", disse o pontífice de 87 anos.

O papa, que apoia os pedidos por um cessar fogo e pela libertação dos reféns israelenses sequestrados pelo Hamas, disse "algumas vezes eu acho que é uma guerra que está indo além, muito além".

A guerra entre Israel e Hamas foi desencadeada pelo ataque do Hamas em 7 de outubro, quando o grupo militante matou cerca de 1.200 pessoas e capturou 250 reféns, segundo estimativas israelenses. A campanha militar israelense subsequente reduziu a Faixa de Gaza a destroços e matou mais de 41 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave.

A ONU disse na quinta-feira que a guerra deixou a economia de Gaza em ruínas.

O papa falou sobre uma ampla gama de assuntos durante a coletiva de imprensa de 40 minutos. Ele criticou as políticas do ex-presidente dos EUA Donald Trump e da vice-presidente Kamala Harris, e disse que os católicos dos Estados Unidos deveriam "escolher o mal menor" quando forem votar em novembro, sem detalhar o que isso significa.

"FELIZ" COM ACORDO COM A CHINA

Francisco disse também que o acordo do Vaticano com a China sobre a indicação de bispos católicos no país comunista está tendo bons resultados, indicando que ele deve ser estendido quando acabar neste outono europeu.

O papa disse que os resultados do acordo de 2018, no qual a China tem algumas contribuições na seleção dos bispos católicos, "são bons". "Estou feliz com o diálogo com a China", disse o pontífice. "Estamos trabalhando com boa vontade."

Católico conservadores têm criticado duramente o acordo dizendo que oferece muito para os chineses. O Vaticano diz que o acordo resolve uma divisão de décadas entre a igreja clandestina que jura lealdade ao Vaticano no país e a supervisionada pelo Estado, a Associação Católica Patriótica.

O acordo nunca foi publicado, só descrito por autoridades diplomáticas. O Vaticano diz que o papa mantém a decisão final na nomeação de bispos chineses.

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