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Incêndios não dão trégua no país

13/09/2024 17h48

Em meio à pior seca desde que se tem registro, o país continuava lutando nesta sexta-feira (13) contra milhares de incêndios, cuja fumaça afetava algumas de suas principais cidades e países vizinhos.

"O governo federal, juntamente com os governos estaduais e municipais, trabalha para combater os focos de incêndio criminosos no país", publicou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na rede social Bluesky.

O número de incêndios nos primeiros 12 dias de setembro (49.266) superou os registrados no mesmo mês do ano passado (46.486), segundo medições do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com base em dados de satélite. Até a meia-noite de ontem, o país acumulava 60,7% das queimadas ocorridas em setembro em toda a América do Sul, segundo a entidade.

Vários focos se concentram em áreas naturais-chave, como a Amazônia, o bioma do Cerrado e o Pantanal. Devido às chamas, o Brasil emitiu cerca de 4 megatoneladas (1 megatonelada equivale a 1 milhão de toneladas) de dióxido de carbono neste mês, disse à AFP Mark Parrington, cientista do observatório europeu Copernicus.

Em todo o mundo, foram liberadas entre 10 e 15 megatoneladas, ressaltou Parrington. "Isso reflete o grande número de incêndios no Brasil, sua intensidade e persistência durante o último mês, à medida que atingimos o pico da temporada de fogos", disse o especialista.

Os focos cuja fumaça se propagou para países vizinhos, como Uruguai e Argentina, são, em sua maioria, de origem criminosa, e frequentemente ligados à atividade agrícola, segundo autoridades. Pressionado para que o governo dê respostas para a emergência, Lula pediu hoje à população que denuncie os responsáveis.

As chamas se propagam com mais facilidade devido à seca histórica, que especialistas relacionam às mudanças climáticas, e à baixa umidade.

O Instituto Nacional de Meteorologia emitiu hoje um alerta de perigo para áreas do Sudeste e centro do país, devido a níveis de umidade de 12% a 20%.

"Quando cai a noite, o solo não está ficando úmido, apenas baixa um pouco a temperatura", explicou ao jornal Folha de S. Paulo o capitão Roberto Farina, porta-voz da Defesa Civil de São Paulo. "Parece que o incêndio foi apagado, mas a brasa continua queimando, imperceptível. No dia seguinte, começa a esquentar e a brasa volta a acender", acrescentou, explicando a complexidade do combate às chamas nessas condições.

rsr-raa/app/mr/lb/am

© Agence France-Presse

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