Com luto e dor, 'A Playlist' é uma história de amor para rir e chorar

Qual seu tipo de romance preferido: aqueles fofos com fórmulas tradicionais ou os que abordam temas difíceis e te fazem chorar? A autora norte-americana Brittainy C. Cherry escreve histórias de amor com uma pitada de sofrimento —mesmo que elas tenham final feliz.

"A profundidade de sentimentos é importante para meus personagens. O amor vem de todas as direções, não apenas do romântico. Quando os protagonistas vêm acompanhados dessas bagagens, me ajudam na criação de suas personalidades", disse a escritora com exclusividade para o UOL.

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A autora veio ao Brasil para a Bienal do Livro em São Paulo para lançar seu novo livro em português "A Playlist" (Ed. Record). Como uma mulher preta, ela traz a representatividade para a literatura. Algo que, infelizmente, não existia quando se apaixonou pelos livros.

A diversidade é muito importante para todas as raças e culturas. Ainda mais em papéis de destaque. Não tinha isso quando cresci, nem em livros e nem na TV. Mulheres negras eram sempre coadjuvantes. Tento mostrar que também podemos ocupar o lugar das protagonistas.
Brittainy C. Cherry, escritora norte-americana

O que acontece em 'A Playlist'?

A história narra a vida de duas pessoas muito diferentes: Oliver é um músico que enfrentou uma perda terrível: a morte de seu irmão gêmeo, sua dupla na vida e na carreira. Sem ele, a carreira musical para de fazer sentido. Afinal, Alex era o extrovertido que gostava de engajar com o público.

De outro lado, Emery é uma mãe solo, que tem como objetivo dar o que há de melhor para sua filha, Reese, de cinco anos. Mas as dificuldades financeiras fazem com que até comida seja algo difícil de garantir todos os dias.

Quando suas vidas se cruzam, Oliver dá uma oportunidade para que Emery possa sair do buraco que as dificuldades a levaram. E ela? Estende a mão para um homem em luto que não sabia mais qual caminho seguir.

Por que eu gostei

Eu não gosto de histórias tristes, mas gosto daquelas que despertam emoção. O luto, a fome e a luta por sobrevivência, em meio ao despertar de uma história de amor, é cativante, não tem como negar.

Outro ponto que valorizo nessa história é que Cherry construiu uma protagonista forte. Não importa que ela está passando fome para a filha comer, que a vida está desmoronando. Ela não desiste da vida, ela não depende do homem para salvá-la. Emery vence sozinha.

E, se em meio a essa explosão de emoção a gente ainda consiga encontrar um final feliz, melhor ainda. Afinal, a vida real já tem problemas suficientes para enfrentarmos todos os dias.

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