Com direita, tema da imigração deve voltar com força à agenda do governo francês
Mais de uma semana após sua nominação, o novo primeiro-ministro francês, Michel Barnier, ainda não constituiu sua equipe de governo, mas prometeu para a próxima semana os nomes de seus ministros. Para os jornais franceses desta sexta-feira (13), o tema da imigração deve voltar com força à agenda do novo governo.
Foram necessários dois meses para que o presidente francês Emmanuel Macron escolhesse seu primeiro-ministro. Agora é a vez de Michel Barnier demorar para anunciar seu governo. Os únicos a sinalizarem de maneira positiva sobre sua participação foram os membros do partido de direita Os Republicanos. Em princípio prudentes, na quinta-feira (12), eles acolheram Barnier com entusiasmo em sua reunião parlamentar anual, na cidade de Annecy, 600 quilômetros a sudeste de Paris, diz Le Figaro.
Desde a nomeação de Barnier, Macron saiu de cena, diz o jornal, e a maioria dos franceses quer que o presidente dê liberdade ao primeiro-ministro para agir, segundo aponta uma pesquisa de opinião Odoxa-Backbone.
Recebido para as jornadas parlamentares dos Republicanos, partido ao qual pertence, Barnier garantiu a sua família política que ela seria "bem-vinda" no governo. O partido, por sua vez, prometeu um "apoio muito claro" em troca de uma "política de direita" e de "ruptura", diz Le Parisien.
Isso poderia indicar a volta de um debate sobre a imigração, tema apontado como a "obsessão da direita", salienta o Libération. As posições anti-imigração do primeiro-ministro no passado, as exigências da direita e o apoio condicionado do partido de extrema direita, Reunião Nacional, causam temores em uma parte dos aliados de Emmanuel Macron, sobre um novo aperto nas regras de imigração. Barnier chegou até a desmentir, no começo da semana, a criação de um Ministério da Imigração.
O jornal lembra que a aprovação da Lei de Imigração na Assembleia Nacional, no final de 2023, aconteceu de maneira dramática, com diversas alterações no texto original exigidas pela direita e pela extrema direita. De acordo com a publicação, o governo de Macron esperava ter virado essa página.
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