Alemanha insta UE a adiar legislação antidesmatamento
A Alemanha afirmou, nesta sexta-feira (13), que solicitou formalmente à União Europeia (UE) o adiamento de uma nova regulamentação que sanciona a importação de produtos que provocam desmatamento, um dia depois de o Brasil ter feito um pedido nesse sentido.
A nova regulamentação, prevista para entrar em vigor no final de dezembro, proibirá uma ampla gama de produtos - do café ao cacau, soja, madeira, óleo de palma, carne bovina, papel de impressão e borracha - se forem produzidos em terras que foram desmatadas após dezembro de 2020.
O ministro da Agricultura alemão, Cem Ozdemir, indicou nesta sexta-feira que pediu a Bruxelas, em nome do governo alemão, que adiasse por "meio ano", até 1º de julho de 2025, a entrada em vigor da nova norma.
"As empresas precisam de tempo para se preparar", disse ele em comunicado.
O Brasil também pediu esta semana à UE que adiasse a implementação da legislação, chamando a nova regra de "punitiva".
"A lei deve ser implementável", declarou o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, na quinta-feira, em um congresso da Associação Alemã de Editores Digitais e Editores de Jornais (BDZV).
O chanceler indicou que levantou a questão com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e defendeu "a suspensão da lei até que as questões em aberto, levantadas entre outras pelo BDZV, sejam esclarecidas".
O BDZV classificou a nova legislação como "impraticável" e alertou que ela colocaria uma "carga burocrática mais drástica sobre as empresas".
"As cadeias de abastecimento poderiam romper-se até o final do ano, em detrimento das economias alemã e europeia, dos pequenos agricultores de países terceiros e dos consumidores", acrescentou o ministro Ozdemir.
As suas preocupações somam-se às manifestadas pelos Estados Unidos, assim como por outros países da América Latina, Ásia e África sobre a carga administrativa que a lei imporá aos agricultores e ao setor florestal.
As importações da UE são responsáveis por 16% do desmatamento mundial, segundo dados do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).
bur-mfp/fz/bc/es/aa/fp
© Agence France-Presse
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