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'Tiros bem na minha frente': testemunha filma confronto de PM com 4 mortes

do UOL

Do UOL, em São Paulo

12/09/2024 13h47Atualizada em 12/09/2024 21h43

Um motorista de caminhão disse ter se jogado no chão enquanto filmava o confronto entre a PM e fugitivos por suspeita de envolvimento em uma ação de "novo cangaço", que deixou quatro mortos em uma rodovia de São Paulo na tarde desta quarta-feira (11).

O que aconteceu

"Os tiros bem na minha frente, rapaz de Deus!", disse o caminhoneiro, enquanto filmava o confronto. A filmagem na Rodovia Joaquim Ferreira, entre Cajuru e Altinópolis, no interior de São Paulo, teve quase quatro minutos. Os três criminosos mortos tinham anotações por homicídios e roubos em mais de duas décadas de crimes. Um deles foi condenado por participação no assalto ao Banco Central, em 2005, em Fortaleza (CE).

Testemunha narra ver três viaturas da PM, embora as imagens não mostrem o confronto com clareza. "Acho que tem policial morto", diz. Na ação, o sargento Márcio Ribeiro foi atingido por um tiro no rosto e não resistiu ao ferimento.

"Tô deitado no chão. (...) Nossa senhora, os tiros estão vindo aqui! Vou sair daqui!", diz, na sequência. Em seguida, orienta que outras testemunhas também busquem proteção: "sai fora, mano."

Em conversa com outra testemunha, caminhoneiro diz ter visto as viaturas passando pela rodovia instantes antes do confronto. "Eu vi a polícia passando", respondeu um homem, que falava com o caminhoneiro.

"Estão atirando pra todo lado, a bala parou ali, ó", diz o caminhoneiro. "Será que é arriscado ir agora?", questiona outra testemunha, que queria seguir viagem. "Não vai não, a bala tá vindo aqui. Estão metendo bala pra todo lado, meu filho", responde.

Como foi a ação

Os três suspeitos mortos usavam roupas camufladas, coletes à prova de balas e capacetes balísticos avaliados em R$ 7.000 cada. Socorrido e levado ao hospital de Altinópolis, um homem atingido em meio ao confronto segue internado em estado grave, segundo a PM.

PM apreendeu ainda um fuzil .50, com capacidade para abater até um helicóptero. Também foram encontrados no veículo usado pelos criminosos próximo aos corpos outros três fuzis 7.62.

Quem eram os criminosos mortos

Fernando de Carvalho Pereira (à esq.) Anderson Aparecido Diniz (centro), Robson Alan Cardoso Vivolo (à dir.) - Imagens cedidas ao UOL Montagem/UOL - Imagens cedidas ao UOL Montagem/UOL
Fernando de Carvalho Pereira (à esq.) Anderson Aparecido Diniz (centro), Robson Alan Cardoso Vivolo (à dir.)
Imagem: Imagens cedidas ao UOL Montagem/UOL

Suspeita de envolvimento em assalto ao Banco Central. Um dos mortos no confronto, Fernando de Carvalho Pereira, 49, já foi condenado por envolvimento no assalto ao Banco Central, em 2005, em Fortaleza (CE). Ligado ao PCC, ele também tinha condenações por homicídio e por envolvimento em outros roubos.

Indiciado por quatro assassinatos. Anderson Aparecido Diniz, 50, já foi investigado por suspeita de participação em quatro homicídios. Assim como Careca, ele também tinha ligações com o PCC, segundo a polícia. Após o confronto, a PM encontrou com ele dois documentos com nomes falsos. O terceiro morto na ação foi Robson Alan Cardoso Vivolo, que também estava com documentos falsos.

Como foi ataque a carro-forte

Envolvidos em confronto são suspeitos de participarem de ataque a carro-forte. Na ação nesta segunda-feira (9), na Rodovia Cândido Portinari, em Restinga (SP), criminosos atearam fogo no veículo e trocaram tiros com a PM. Cerca de 30 minutos depois, se envolveram em novo confronto na Rodovia Abraão Assed, entre os municípios de Serra Azul e Serrana, a 88 quilômetros do local do ataque.

Ação contou com a participação de ao menos 15 criminosos, segundo a PM. Além do caminhão, grupo também usou outros dois veículos no ataque, ainda conforme a corporação. As buscas continuam para localizar outros suspeitos em fuga.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A primeira versão deste texto não trazia a foto correta de Robson Alan Cardoso Vivolo. A imagem foi alterada.

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