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Igreja é condenada por expor fiel que testemunhou contra pastor em GO

Tabernáculo da Fé foi condenada por expor dados de fiel - Reprodução
Tabernáculo da Fé foi condenada por expor dados de fiel Imagem: Reprodução
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/09/2024 18h39

O Tribunal de Justiça de Goiás condenou a Igreja Tabernáculo da Fé, em Goiânia, a indenizar um homem que teve a imagem exposta após testemunhar contra um pastor suspeito de crimes sexuais contra fiéis.

O que aconteceu

Igreja foi condenada a indenizar o fiel em R$ 10 mil por danos morais. A Justiça entendeu que a igreja excedeu a liberdade de expressão ao expor dados pessoais, além da imagem do fiel, durante um culto ocorrido em 11 de julho de 2021.

Além do Tabernáculo da Fé, também foram condenados na ação dois advogados que atuavam no caso e outro pastor. Cabe recurso da decisão. O UOL entrou em contato com a igreja para pedir posicionamento, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Fiel se tornou alvo da igreja após testemunhar contra o pastor Joaquim Gonçalves Silva. Em 2021, o líder religioso da Tabernáculo passou a ser investigado pela Polícia Civil de Goiás por supostos crimes sexuais contra fiéis. O pastor morreu em agosto daquele mesmo ano, em decorrência de covid-19, e o processo foi arquivado.

Igreja expôs fiel em culto transmitido online. Na gravação, os advogados da Tabernáculo alegaram que o fiel que testemunhou contra Joaquim queria "destruir a imagem" do religioso. O homem teve o nome completo exposto pela igreja, que também o acusou de integrar um grupo que, supostamente, conspirava contra Joaquim.

Relembre o caso

Fiéis acusaram Joaquim de abuso sexual. Ao menos quatro pessoas, inclusive uma adolescente de 17 anos, denunciaram o comportamento supostamente abusivo do pastor. Os episódios de abuso teriam ocorrido nos momentos em que as vítimas buscavam ajuda espiritual com o pastor.

Abusos teriam ocorrido por anos. A primeira mulher que teria sido abusada por Joaquim relatou que os casos ocorreram em 2002 e em 2006. Outra vítima informou às autoridades ter sido vítima do religioso em 2015, enquanto uma terceira relatou ter sido assediada em 2018. As denúncias, entretanto, foram registradas em 2021 após o episódio com a adolescente.

Joaquim sempre negou as acusações. Ele alegava ser inocente e alvo de uma "conspiração" para tirá-lo do comando da Tabernáculo.

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