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OPINIÃO

Landim: Nunes quer Marçal com pecha de bandido para reaver votos da direita

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/09/2024 11h29

Ricardo Nunes (MDB) insiste em ligar Pablo Marçal (PRTB) ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e ao crime organizado como parte de um plano para tentar reconquistar os votos de eleitores da direita, afirmou a colunista Raquel Landim no UOL News desta terça (10).

Ontem, durante participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, o atual prefeito de São Paulo afirmou que Marçal "está envolvido até o nariz com o PCC". Nunes também reiterou as ligações entre membros do PRTB com o crime organizado.

A estratégia de Nunes, e de outros adversários como Guilherme Boulos e Tabata Amaral, é usar todos esses áudios que apareceram e todas essas ligações entre aliados de Marçal com o PCC por algo muito simples. Entre o eleitorado de direita, essa associação com o crime organizado é algo que pega muito mal.

O eleitorado de direita tem essa questão com a segurança pública e, para eles, é uma bandeira muito importante e cara. Se conseguir colar no Marçal essa pecha de que ele é associado ao PCC, existe uma esperança dentro da campanha de Nunes de que ele se desgaste entre o eleitor mais bolsonarista, que já embarcou na campanha dele.

Uma das poucas expectativas que Nunes tem de tentar reconquistar o voto desse eleitor, que não confia nele e não o acha suficientemente leal aos princípios do que essa extrema direita defende, é tentar colar em Marçal a pecha de bandido. Raquel Landim, colunista do UOL

Landim lembrou que, embora Nunes reforce os elos entre Marçal e o partido dele ao PCC, o prefeito se vê às voltas de um escândalo no transporte público da cidade. Duas empresas de ônibus são alvos de uma operação do Ministério Público por suspeita de ligação com a facção criminosa.

O envolvimento do PCC na administração pública é muito mais complexo. Quando houve o fim do financiamento privado de campanha, foi o momento no qual as organizações criminosas encontraram para poder entrar ainda mais no campo político e elas começaram a ter seus representantes.

Na prefeitura de São Paulo, as investigações mostram o envolvimento do PCC em duas empresas de transporte, que esbarram na figura do vereador Milton Leite, apoiador de Nunes. Como explicar que toda essa ligação tão intrincada tenha acontecido e ninguém na prefeitura tenha notado? Raquel Landim, colunista do UOL

Josias: Marçal e Nunes brigam por voto que foge ao controle de Bolsonaro

Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) disputam de forma acirrada o voto do eleitor de direita, que já não depende do apoio de Jair Bolsonaro para se decidir, analisou o colunista Josias de Souza.

No episódio mais recente do atrito entre os dois candidatos, uma bandeira estendida durante a manifestação de 7 de setembro na Avenida Paulista se tornou o centro das atenções. Marçal disse que funcionários da prefeitura colocaram a peça, na qual estavam escritas as frases "Bolsonaro parou. Marçal continuou. Pablo Marçal presidente do Brasil". Já Nunes pedirá a abertura de uma investigação policial sobre o caso.

A campanha municipal de São Paulo ajuda o brasileiro a entender porque o Brasil se tornou o mais antigo país do futuro do mundo. Primeiro, a esquerda teve que pedir desculpas por entoar o hino nacional em linguagem neutra. Agora, a direita e a ultradireita travam esse jogo de empurra no qual uma bandeira na qual o dístico 'Ordem e Progresso' foi trocado por 'Marçal Presidente'. É o fim da picada.

Essa bandeira foi esticada na Paulista e compôs a cenografia que azedou os bofes do Bolsonaro. Marçal, acusado pelo 'mito' de 'traidor', está sustentando que os funcionários da prefeitura de Nunes, que ele chama de 'bananinha', colocaram essa bandeira gigantesca no asfalto para gerar intriga entre Nunes e Bolsonaro.

Esses dois patriotas estão brigando pelo amor do Bolsonaro e querem o voto do bolsonarista. Esse voto está fugindo ao controle do Bolsonaro. Essa briga não melhorará a pátria, mas o diversionismo que se esconde atrás da briga ajuda os dois candidatos a se esquivarem de explicações que deveriam providenciar. Josias de Souza, colunista do UOL

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