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Há saída? Relatório lista caminhos para mídia tradicional seguir relevante

do UOL

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em Piracicaba (SP)

09/09/2024 05h30Atualizada em 12/09/2024 13h48

Segundo o relatório 'Reinventar para crescer: apenas os radicais sobrevivem', da consultoria global Accenture, a indústria de mídia tradicional tem enfrentado um grande desafio para seguirem relevantes.

Momento pede movimentos radicais

Segundo a empresa, para prosperar, os grupos de mídia deveriam realizar 'movimentos radicais' para sair de 'zonas de conforto'.

O estudo aponta que 26% dos entrevistados alegam passar menos tempo assistindo TV, em comparação ao ano passado. No Brasil, esse número é de 33%.

O levantamento foi feito com 6 mil consumidores, de todo mundo, sobre seus comportamentos de consumo de mídia.

Os consumidores também aumentaram o uso de mídias sociais (52%) e videogames (50%), espaços os quais as empresas de comunicação tradicionais têm pouca ou nenhuma presença.

Além disso, 58% confiam tanto nas vozes de criadores de conteúdo independentes quanto em veículos de notícias já consagrados.

Para Luís Bonilauri, diretor executivo responsável pela área de Mídia e Entretenimento da Accenture na América Latina, as mudanças acontecerão de forma mais suave no Brasil - mesmo assim, ele aponta alternativas que devem ser tomadas de maneira rápida.

No Brasil, ainda há uma resiliência muito grande da TV aberta, com engajamento e programas que ainda têm sucesso. Mesmo assim, as empresas não têm mais tempo para esperar. Está claro pra todo mundo que elas não conseguiram competir com as big techs.
Luís Bonilauri, da Accenture

Estratégias de crescimento

A consultoria apontou estratégias que podem reposicionar as empresas de mídia tradicionais:

  • aumentar programação esportiva ao vivo. Consumidores estão gastando quase 1 hora por dia em conteúdo esportivo ao vivo, e quase metade (47%) diz que passou mais tempo nesse tópico este ano do que no ano passado.
  • buscar fusões com estúdios de games. Isso porque quase 50% dos entrevistados relataram um crescimento no uso de videogame. Essas parcerias dariam às empresas acesso a um segmento de rápido incremento da indústria do entretenimento.
  • investir também em TVs conectadas. Segundo o relatório, 40% dos entrevistados costumam usar mecanismos de busca entre plataformas para encontrar o conteúdo e os serviços desejados.

O Prime Video é um dos exemplos mais claros que temos. Há uma cadeia de valor mais estruturada. Além disso, fenômenos como a CazéTV mostram que os espaços existem, desde que os players saibam aproveitar essas oportunidades, na hora certa, no lugar certo e com uma linguagem própria.
Luís Bonilauri, da Accenture

Caminhos para sobrevivência

Por fim, a Accenture ainda indica dois caminhos para a 'sobrevivência e o sucesso':

Empresas de mídia precisam ser mais radicais. Para que as empresas de mídia tradicional cresçam tanto na parte financeira quanto estratégica, adotar táticas mais audaciosas é imperativo.

Para tanto, é necessário sair da zona de conforto. Entretanto, isso exige uma mudança além de apenas aprimorar as capacidades tradicionais e competências essenciais, como trabalhar melhor com criadores de conteúdo, influenciadores e games.

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