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Maioria dos franceses aprova nomeação de Michel Barnier ao cargo de premiê, mostra pesquisa

Michel Barnier, nomeado primeiro-ministro da França, em foto de 22 de novembro de 2021 - Gonzalo Fuentes/Reuters
Michel Barnier, nomeado primeiro-ministro da França, em foto de 22 de novembro de 2021 Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

08/09/2024 10h57

A maioria dos franceses se diz "satisfeita" com a escolha do novo premiê, anunciado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na quinta-feira (5), mas acredita que seu mandato será curto. É o que mostrou uma pesquisa do instituto francês Ifop, encomendada pelo diário semanal Journal du Dimanche. Os dados mostram que 52% dos entrevistados aprovam a nomeação do ex-comissário europeu ao cargo de primeiro-ministro, cerca de dois meses após o segundo turno das eleições legislativas antecipadas.

A maioria dos franceses se diz "satisfeita" com a escolha do novo premiê, anunciado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, na quinta-feira (5), mas acredita que seu mandato será curto. É o que mostrou uma pesquisa do instituto francês Ifop, encomendada pelo diário semanal Journal du Dimanche. Os dados mostram que 52% dos entrevistados aprovam a nomeação do ex-comissário europeu ao cargo de primeiro-ministro, cerca de dois meses após o segundo turno das eleições legislativas antecipadas.

O resultado é similar ao do ex-premiê Gabriel Attal quando ele assumiu o cargo (53%) e supera o da ex-primeira-ministra Elisabeth Borne (47%).

Segundo a pesquisa, Barnier é considerado "competente" por 62% dos entrevistados, "aberto ao diálogo" para 61% e "simpático" para 60%. Sem surpresa, essas características foram citadas principalmente pelos apoiadores do campo macronista e do Partido Republicano, de direita.

Os resultados também mostram que 74% dos entrevistados acreditam que Barnier será rapidamente derrubado por uma moção de censura. A pesquisa online foi realizada entre 5 e 6 de setembro de 2024, com cerca de 950 pessoas de mais de 18 anos.

Neste sábado (7), milhares de pessoas foram às ruas na França para protestar contra a nomeação do primeiro-ministro, de direita, apesar da coligação de esquerda, Nova Frente Popular, ter vencido as legislativas de 7 de julho.

Líder da extrema direita nega consulta na escolha de Barnier

A líder do partido de extrema direita Reunião Nacional na Assembleia Nacional francesa, Marine Le Pen, negou neste domingo que tenha "participado ativamente" da nomeação de Michel Barnier.

"Não sou diretora de RH de Emmanuel Macron e, além disso, acho que apenas um primeiro-ministro do Reunião Nacional pode implementar o projeto do Reunião Nacional", disse à imprensa, durante um passeio em Hénin-Beaumont, no norte da França, seu reduto eleitoral.

Marine Le Pen foi questionada a respeito de um possível telefonema de Macron sobre a escolha do premiê. O presidente francês teria pedido garantias de que o partido de extrema direita não censuraria de cara o novo primeiro-ministro.

"Não tive nenhum diálogo com Emmanuel Macron", disse Le Pen. "Fomos recebidos e explicamos quais eram nossos critérios e que condições evitariam uma censura imediata do novo primeiro-ministro pelo partido", disse.

Marine Le Pen considerou que "não seria razoável censurar Barnier, após seu discurso de política geral". Segundo ela, esse discurso "certamente corresponderá" às expectativas que a extrema direita tem em relação a alguns projetos. Mas o novo governo será "julgado por suas ações", alertou.

Ao descrever Michel Barnier como um "homem de respeito", Le Pen lembrou "que ele passou toda a sua carreira em um grupo político que só decepcionou os franceses em relação às promessas que foram feitas ao longo de décadas".

"Não daremos um cheque em branco"

A líder de extrema direita também pediu a Macron que recorra ao referendo para dar voz ao povo em questões prioritárias e para resolver os impasses na Assembleia Nacional.

"O próprio Emmanuel Macron, no caos que criou, tem meios para manter nossa democracia viva, começando pelo referendo", disse.

"Sofremos muito desde 2017 com a multiplicação de grandes debates, convenções de cidadãos, enfim, com todos esses instrumentos usados para imitar a democracia direta sem nunca implementá-la", ironizou.

O RN "apoiará sem reservas qualquer medida destinada a dar ao povo o poder de decidir diretamente", porque "isso permitirá neutralizar o máximo possível os bloqueios que inevitavelmente surgirão na Assembleia Nacional. Assim também devolveremos aos franceses, após várias décadas, a oportunidade de abordar questões prioritárias", acrescentou.

Entre os assuntos que poderiam ser submetidos à consulta popular, citou, estão o poder de compra, imigração, segurança, saúde, entre outras questões.

"Não daremos um cheque em branco" ao governo de Michel Barnier, insistiu Le Pen. "Se, com o passar das semanas, os franceses forem esquecidos ou maltratados novamente, não hesitaremos em censurar o governo."

Com informações da AFP

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