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Presidente do Fed de NY diz que chegou a hora de iniciar cortes nos juros

Michael S. Derby;

06/09/2024 10h03

Por Michael S. Derby

NOVA YORK (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, disse nesta sexta-feira que a economia mais equilibrada abriu a porta para o corte de juros, com o curso completo da ação a ser determinado pelo desempenho da economia.

"Com a economia agora em equilíbrio e a inflação a caminho de 2%, é apropriado diminuir agora o grau de restrição na política monetária, reduzindo a faixa da meta para a taxa de juros", disse Williams no texto de um discurso preparado para reunião realizada no Conselho de Relações Exteriores em Nova York.

"A postura da política monetária pode ser movida para uma configuração mais neutra ao longo do tempo, dependendo da evolução dos dados, das perspectivas e dos riscos para atingir nossos objetivos", disse ele.

Mas Williams não quis comentar especificidades do ritmo de afrouxamento e o tamanho dos cortes iminentes, incluindo a primeira redução na reunião deste mês, dizendo aos repórteres que "isso não é algo sobre o qual eu tenha uma opinião pessoal no momento".

Em termos mais amplos, ele observou que "está bastante claro que precisaremos, com o tempo, fazer com que os juros voltem a um nível mais normal. O problema com essa declaração é que não tenho certeza de qual é esse nível mais normal e não tenho certeza de quanto tempo isso deve levar."

O banqueiro central falou imediatamente após a divulgação dos dados de empregos de agosto, que mostraram a abertura de 142.000 vagas de trabalho fora do setor agrícola e uma taxa de desemprego em 4,2%.

O movimento da taxa de desemprego foi observado de perto devido à sua recente tendência gradual de alta e ao aumento inesperado em julho, o que levantou temores de que a forte taxa de contratações na economia dos EUA estivesse se esgotando.

Williams disse que o que está acontecendo no mercado de trabalho é consistente com o que ele vê como um esfriamento do mercado de trabalho e uma economia em desaceleração

Em seu discurso, Williams também afirmou que o aumento da taxa de desemprego representa, em grande parte, um recuo das condições de superaquecimento e que ela continua historicamente baixa. Ele disse que a taxa de desemprego provavelmente terminará o ano em torno de 4,25% e, em seguida, voltará a cair para seu nível de longo prazo de cerca de 3,75%.

A situação do mercado de trabalho ganhou maior destaque para o Fed em um clima em que as pressões inflacionárias têm diminuído o suficiente para abrir a porta para cortes nos juros a partir de setembro.

No final de agosto, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que "chegou a hora de ajustar a política monetária", acrescentando que "a direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos".

Nas últimas semanas, as autoridades do Fed evitaram fornecer orientações firmes sobre o tamanho do corte quase certo a ser feito na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto marcada para 17 e 18 de setembro.

Em geral, os mercados estão divididos entre um corte de 25 pontos-base ou uma redução de 50 pontos na faixa atual de 5,25% a 5,5% para a taxa de juros, com mais afrouxamento depois disso.

Diversas autoridades do Fed afirmaram que veem um caminho gradual de afrouxamento, mas não falaram sobre o que pode acontecer em uma determinada reunião.

Williams também disse em seu discurso que a queda das pressões inflacionárias provavelmente fará com que a inflação diminua para 2,25% este ano e para pouco mais de 2% no próximo.

(Reportagem de Michael S. Derby)

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