Premê da Hungria pede união mais próxima da UE em mercados e defesa, mas não em questões políticas
BUDAPESTE (Reuters) - A União Europeia precisa de uma cooperação mais estreita nos mercados e em defesa, mas não em questões políticas como a imigração, na qual as grandes diferenças entre os países tornam isso impossível, disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, nesta sexta-feira.
"Há questões, até mesmo questões existenciais, para as quais não temos respostas comuns, como guerra e paz, imigração, gênero, sociedade baseada no trabalho, pleno emprego", disse Orbán em uma conferência em Cernobbio, na Itália.
"Se você nos forçar a nos unirmos em questões em que não concordamos, você desintegrará a União Europeia", disse.
Orbán também afirmou que suas visitas a Kiev e Moscou neste ano, criticadas por alguns parceiros da União Europeia, o levaram a concluir que não havia intenção de nenhum dos lados de chegar à paz e a um cessar-fogo neste momento.
Mas o líder húngaro disse que as linhas de comunicação devem estar abertas em ambos os lados se a Europa quiser acabar com a guerra na Ucrânia.
A Hungria, que mantém laços estreitos com a Rússia desde a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro de 2022, ocupa a presidência rotativa de seis meses da UE desde julho.
Depois de assumir o comando, Orbán visitou Kiev e, em seguida, fez visitas surpresas a Moscou e Pequim antes de participar de uma cúpula da Otan em Washington. Sua autodenominada "missão de paz" atraiu fortes críticas de alguns líderes da UE, que distanciaram o bloco de suas ações.
(Reportagem de Krisztina Than e Anita Komuves)
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