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Autor e pesquisador, Silvio Almeida fez carreira na luta contra o racismo

Silvio Almeida, Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, nega acusações de assédio sexual - Pedro Ladeira/Folhapress
Silvio Almeida, Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, nega acusações de assédio sexual Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress
do UOL

Colaboração para o UOL

06/09/2024 11h11Atualizada em 06/09/2024 11h41

Silvio Almeida, responsável pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, foi denunciado por assédio sexual e será investigado pela Polícia Federal. Conheça a trajetória acadêmica e política do ministro, que nega as acusações.

Quem é Silvio Almeida

Ministro nasceu em São Paulo, em 17 de agosto de 1976. Silvio Almeida é professor universitário, advogado, escritor, jurista e filósofo. Graduou-se em direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1995-1999) e em filosofia pela Universidade de São Paulo (2004-2011).

Carreira acadêmica tem atuação internacional. Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor em Filosofia e Teoria Geral do Direito pela Universidade de São Paulo, Silvio Almeida atuou como professor visitante da Universidade Columbia e pesquisador da Universidade Duke, ambas nos Estados Unidos.

Antes de ser ministro, Silvio Almeida presidiu diferentes instituições. Além do Instituto Luiz Gama, o jurista também esteve à frente do Centro de Estudos Brasileiros do Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE).

Atuação contra o racismo é uma das principais pautas debatidas pelo ministro. Em 2021, Silvio Almeida foi o relator de comissão de juristas criada pela Câmara dos Deputados. Segundo a agência oficial Câmara de Notícias, o projeto tinha como objetivo "propor o aperfeiçoamento da legislação de combate ao racismo estrutural e institucional no país".

Ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania, foi alvo de denúncias de assédio sexual - Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos - Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos
Ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e da Cidadania, foi alvo de denúncias de assédio sexual
Imagem: Divulgação/Ministério dos Direitos Humanos

Ministro escreveu livros especializados em suas áreas de estudo. Silvio Almeida é autor das obras "Racismo Estrutural", "Sartre - direito e política: ontologia, liberdade e revolução", e "O Direito no Jovem Lukács: A Filosofia do Direito em História e Consciência de Classe".

Nome popular na esquerda. Silvio Almeida é conhecido como um dos principais nomes da esquerda no Brasil e tem estratégias para se aproximar desse público, seja em eventos, aparições ou parcerias. Antes de se tornar ministro, Almeida mantinha, em seu canal no YouTube, o programa Entrelinhas, em que recebia nomes com quem compartilha o posicionamento político, como o cantor Emicida, a jornalista Flávia Oliveira e o ator Lázaro Ramos. Em novembro de 2022, Silvio Almeida participou do podcast Mano a Mano, comandado pelo cantor e líder do Racionais MC's, Mano Brown. Já como ministro, Almeida comanda o quadro "Silvio Almeida fora da caixa", em que recebe perguntas e debate algum tema trazido pelos seguidores em sua rede social.

Silvio Almeida foi indicado como ministro no início do terceiro mandato do presidente Lula (PT). Silvio era colunista do jornal Folha de S.Paulo até ser escolhido pelo petista para comandar o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, tomando posse no início de 2023.

O que aconteceu

Denúncias contra Silvio Almeida foram recebidas pela organização Me Too Brasil. A entidade, responsável pelo movimento que investigou nomes como o produtor cinematográfico Harvey Weinstein nos Estados Unidos, se espalhou pelo mundo e trabalha na defesa de mulheres vítimas de violência sexual. O teor das acusações, bem como a relação de mulheres que denunciaram o ministro, ainda não foi divulgado.

Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, teria sido uma das vítimas de Silvio Almeida. Anielle, irmã da vereadora Marielle Franco assassinada do Rio de Janeiro em 2018, ainda não se pronunciou sobre o caso.

Primeira-dama Janja postou foto com Anielle Franco em meio à divulgação das acusações contra Silvio Almeida - Reprodução/Instagram/@janjalula - Reprodução/Instagram/@janjalula
Primeira-dama Janja postou foto com Anielle Franco em meio à divulgação das acusações contra Silvio Almeida
Imagem: Reprodução/Instagram/@janjalula

Presidente Lula (PT) teve acesso às denúncias antes de divulgação do caso feita pelo jornal Metrópoles. Conforme coluna de Josias de Souza, Anielle já teria abordado o caso com membros do governo e com a primeira-dama Janja. De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, Anielle já havia sido procurada pela imprensa em junho, mas preferiu não comentar as acusações pois "não queria transformar o caso em escândalo político e prejudicar o governo Lula". Em nota divulgada na última quinta-feira (05), a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto informou que "reconhece a gravidade das denúncias" e afirma que a apuração do caso será realizada de forma rápida.

Silvio Almeida será investigado pela Polícia Federal. Andrei Passos, diretor-geral da Polícia Federal, declarou ao UOL na manhã dessa sexta-feira (6) que a PF já abriu investigação sobre o caso. O UOL procurou o ministério da Igualdade Racial e a ministra Anielle Franco, mas ainda não obteve retorno.

Ministro se manifestou em suas redes sociais. No final da última quinta-feira, Silvio Almeida publicou um vídeo em que repudia "com veemência" as acusações que, segundo ele, tem o objetivo de prejudicá-lo e apagar suas "lutas e vitórias". Veja o vídeo completo abaixo.

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