Brasil é ouro no judô paralímpico com Alana Maldonado

No 15° e ultimo confronto da tarde desta sexta-feira (6) na arena do Campo de Marte, em Paris, na final para mulheres até 70 kg do judô, a paulista Alana Maldonado enfrentou a chinesa Wang Yue e ficou com o ouro na modalidade. O Brasil ainda levou uma prata com Brenda de Freitas.  

Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris

Atual campeã paralímpica e bicampeã mundial, Alana Maldonado conseguiu defender o seu titulo ao vencer a chinesa Wang Yue. Aos 36 segundos de combate, Alana conseguiu um wazari e ficou em vantagem no placar. Com um segundo wazari, aos 2min06, ela conquistou a medalha de ouro.

"É muita emoção estar vivendo isso novamente. Muito obrigada a todos os envolvidos, tem um time muito grande por trás disso e esta medalha não é somente minha", disse em entrevista à RFI Brasil após a conquista. "Eu cheguei a duvidar de mim. Tive duas lesões no ciclo e fiquei o tempo inteiro brigando com a minha cabeça para mostrar que eu era capaz de viver isso novamente", completa a atleta que ficou o ano de 2023 inteiro fora dos tatames por conta de lesão.

Depois de conseguir passar à segunda etapa da competição na repescagem, a paulista Lucia da Silva Teixeira foi a primeira atleta brasileira a lutar na tarde desta sexta-feira, nos confrontos decisivos do judô paralímpico. Ela enfrentou a espanhola Marta Arce Payno e perdeu por ippon.

No quinto confronto da sessão, Harlley Damião Pereira Arruda, da categoria até 73 kg e da classe J1 (cegos), enfrentou o português Iafa Djibrilo na disputa pelo bronze. Campeão do Parapan-Americano de 2023, o brasileiro era uma das esperanças de medalha do país, mas sofreu um wazari aos três minutos de combate. Depois foi penalizado com um shido (falso ataque) e acabou não subindo ao pódio em Paris.

"Eu já tinha lutado contra este adversário, já nos conhecíamos e infelizmente não deu desta vez", avaliou o judoca em entrevista à RFI Brasil. "Eu fiz tudo o que estava ao meu alcance e hoje era o dia dele. Parabéns para o português, não foi permissão de Deus", completou Harlley em lágrimas. "Eu dei o meu melhor Brasil", concluiu o atleta que diz ter machucado a costela na sua primeira luta.

O ouro na categoria até 73 kg J1 ficou com o romeno Florin-Alexandru Bologa, que havia vencido de Harley na semifinal. A prata foi para Yergali Shamey, do Cazaquistão.

Brenda Souza de Freitas enfrentou a chinesa Liu Li na final até 70 kg na categoria J1 numa luta emocionante. Mais cedo, ela havia derrotado a turca Hajabipour Uslu nas quartas de finais e a grega Theodora Paschalidou na semifinal.

Na disputa pelo ouro, ela lutou contra uma adversária agressiva desde o início do combate. A chinesa levou uma penalidade (shido) após 1min12 por falta de combatividade. Aos 2min e 14 Brenda aplicou um ippon, mas não pôde comemorar imediatamente, pois a chinesa pediu revisão do golpe, que foi invalidado. Brenda acabou também sofrendo uma penalidade aos 3min23 de luta (shido Tai-otoshi). A torcida brasileira presente na arena do Campo de Marte apoiava a atleta carioca, que acabou sofrendo um wazari e perdendo o ouro.

"Eu saio triste porque por um momento tive o ouro na mão, mas aprendi tanta coisa nestes últimos anos e hoje pude executar isso tudo", disse em entrevista à RFI. "Por enquanto, ainda estou frustrada comigo mesma, mas eu dei o meu melhor e na próxima vai vir o ouro", disse.

Em sua primeira participação nos Jogos Paralimpicos, Kelly Victorio enfrentou a japonesa Kazusa Ogawa, medalha de bronze em Tóquio, no combate para mulheres até 70 kg. Em disputa a medalha de bronze de Paris 2024, Ogawa levou uma penalidade no primeiro minuto de luta por falta de combatividade. Aos 2min21, a japonesa aplicou um wazari. Kelly também sofreu duas penalidades e não conseguiu se impor diante da adversária. Ela sofreu um segundo wazari e acabou perdendo a medalha. 

"Ela estava muito forte, eu não estava tão preparada como eu achei que estava. Infelizmente não foi dessa vez", disse à RFI. "Não estou satisfeita, a gente sempre quer mais. A meta é voltar para casa, levantar a cabeça e treinar para na próxima mostrar quem eu sou", completa.