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Toledo: Datafolha mostra que Boulos não está garantido no 2º turno

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/09/2024 17h58Atualizada em 05/09/2024 18h25

Novos números da pesquisa Datafolha mostram que Guilherme Boulos (PSOL) não está garantido no segundo turno e que ele tem dificuldade de votos com o eleitorado periférico e pobre, destacou o colunista do UOL José Roberto de Toledo durante participação no UOL News 2ª Edição desta quinta (5).

A pesquisa Datafolha divulgada hoje mostrou empate na liderança em São Paulo com Boulos (PSOL) com 23%, Marçal com 22% e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) também com 22%. Essa é a primeira pesquisa após o início do horário eleitoral, que também mostrou Tabata Amaral (PSB) ultrapassando Datena (PSDB).

Chamo atenção [também que] na pesquisa espontânea, a primeira pergunta que o Datafolha faz com os entrevistados. O Datafolha não apresenta a cartela com os nomes, só pergunta 'se a eleição fosse hoje, em quem você votaria para prefeito de São Paulo?', você tem uma consolidação do voto do Boulos que vem de 14% para 17% e depois para 19%.

[Ter] 19% é um dado importante, porque é mais difícil você perder um eleitor que diz espontaneamente o seu nome do que alguém que precisa do estímulo da cartela. O Marçal foi 6%, 13% e 15%, ele tem um percentual maior de eleitores do Marçal falando de forma espontânea o nome dele, mas ainda está abaixo do Boulos. E o Nunes foi 10%, 7% e 10%, ou seja, ele tinha 10%, perdeu 3% para o Marçal e recuperou agora. Tomou de quem? Do Datena.

Moral da história: a disputa vai ficar concentrada entre os três, para quem ver qual dos dois passa para o segundo turno. Não dou de barato que o Boulos está garantido por um motivo: ele não conseguiu crescer no eleitorado pobre e periférico da cidade de São Paulo que é quem sempre elegeu os candidatos do PT quando o PT venceu a eleição aqui com Erundina, Marta e Haddad.

José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Toledo resgatou que Fernando Haddad, atual ministro da Fazenda, teve a mesma dificuldade que Boulos com o eleitor periférico e mais pobre.

Na campanha de 2012, o Haddad teve exatamente a mesma dificuldade que o Boulos está tendo agora. Só na undécima hora que o eleitor periférico mais pobre, tradicionalmente eleitor petista, descobriu que ele era o candidato do Lula e votou no Andrade, que era como as pessoas o chamavam na época, de tão desconhecido que ele era. Estou vendo que o Boulos está com a mesma dificuldade. Ele ainda está com voto mais de classe média do que com voto de periferia. Para se garantir no segundo turno, ele precisa ainda convencer esse eleitorado. Quem conseguiu entrar nesse eleitorado foi o prefeito Ricardo Nunes. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

Boulos vai precisar ser mais criativo para conseguir chegar nesse eleitorado pobre da periferia, que normalmente vota no PT e que não está votando nele. Meios que ele usou até agora não foram suficientes. Às vezes, por acumulação acaba funcionando, a história da água mole em pedra dura, mas acho que vai ter que aumentar a criatividade. José Roberto de Toledo, colunista do UOL

A campanha do psolista Guilherme Boulos enviou nota para o UOL News sobre a pesquisa Datafolha divulgada hoje:

Apesar dos inúmeros ataques e mentiras difundidas pelos adversários bolsonaristas contra a nossa campanha nas últimas semanas, seguimos na liderança e crescemos dois pontos na pesquisa espontânea. Isso mostra que temos voto consolidado e resiliência.

Na direção contrária, Nunes é o candidato com baixa consolidação, atingindo apenas 10% no voto espontâneo. Já o ritmo de crescimento de Pablo Marçal teve desaceleração expressiva - as intenções de voto nele oscilaram apenas um ponto percentual para cima nos últimos 14 dias, enquanto sua rejeição cresceu 4 pontos. Campanha de Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo, em nota enviada ao UOL News

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