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Sabatina no Senado de Galípolo para o BC deve ficar para depois da eleição

9.mai.2023 - Gabriel Galipolo, indicado para a presidência do Banco Central - TON MOLINA/ESTADÃO CONTEÚDO
9.mai.2023 - Gabriel Galipolo, indicado para a presidência do Banco Central Imagem: TON MOLINA/ESTADÃO CONTEÚDO
do UOL

Do UOL, em Brasília

03/09/2024 17h09Atualizada em 03/09/2024 17h59

A sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo governo federal para assumir a presidência do Banco Central a partir de 2025, deve ficar para depois das eleições municipais que acontecem em outubro.

O que aconteceu

Indicação precisa ser aprovada pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Galípolo será sabatinado pelos senadores do colegiado e, após o escrutínio, a recomendação será votada. Se aprovada, será analisada pelo plenário da Casa.

Líder do governo deve relatar indicação. O senador Jaques Wagner (PT-BA) é o favorito para ser o relator da recomendação de Galípolo. O presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), também considera indicar Angelo Coronel (PSD-BA).

Sabatina deve ficar para depois das eleições municipais. Inicialmente, o governo pretendia realizar a sabatina no dia 10 de setembro, antes do encontro entre os integrantes do Copom (Comitê de Política Monetária), que acontecerão nos dias 17 e 18. Não houve acordo para isso, principalmente porque a grande maioria dos parlamentares está fora de Brasília, envolvida nas campanhas às eleições municipais de outubro. Cardoso tinha sugerido realizar no dia 17, mas a data coincide com a reunião do Comitê, da qual Galípolo participa e ficaria impedido de falar sobre qualquer assunto relacionado ao BC. Diante dos entraves, o escrutínio deve ficar para depois da eleição municipal.

Galípolo começou o "beija-mão" pelo Senado. Nesta semana, o diretor de Política Monetária do BC iniciou a jornada de conversas com os senadores para conseguir apoio à sua indicação. Na manhã desta terça-feira, ele já esteve com Otto Alencar (PSD-BA) e Cardoso. Na oposição, Galípolo também conversou com Wilder Morais (PL-GO) e Izalci Lucas (PL-DF).

Braço direito de Haddad

Galípolo é ligado ao ministro da Fazenda. Conselheiro desde a campanha eleitoral de 2021, ele fez parte da equipe de transição do governo. Após a posse, virou homem de confiança e "número dois" de Fernando Haddad ao assumir o posto de secretário-executivo do Ministério da Fazenda.

Chegou ao Banco Central em 2023. Primeira das indicações de Lula para a diretoria da autoridade neste mandato, Galípolo assumiu o cargo de diretor de Política Monetária. No posto, caminha com poucas divergências em relação a Campos Neto, principal alvo das críticas recentes de Lula.

Salário de Galípolo permanecerá igual. O rendimento bruto mensal atual de R$ 18.887,14 recebido pelo diretor de política monetária do BC é o mesmo pago ao presidente da autoridade monetária. Com as deduções do Imposto de Renda (R$ 4.048,03) e da Previdência (R$ 908,86), o salário líquido fica em R$ 13.930,25. Os dados são do Portal da Transparência, referentes ao mês de maio de 2024.

'Menino de ouro'

Gabriel Galípolo é elogiado por Lula. Em entrevista à rádio mineira Itatiaia, o presidente rasgou elogios e disse que o indicado é "competentíssimo" e possuí "uma honestidade ímpar". Na ocasião, afirmou que Galípolo tem "todas as condições" de presidir o Banco Central.

Votou com Campos Neto para interromper ciclo de cortes da Selic. Apesar das recentres críticas de Lula à condução da política monetária, Galípolo seguiu o presidente do BC na decisão que manteve a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. "Quem está perdendo com isso é o Brasil", lamentou Lula.

Na reunião anterior, caminhou alinhado com os indicados por Lula. A divisão entre os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) resultou na queda de 0,5 ponto percentual da Selic, para 10,5% ao ano. Os nomes mais próximos do governo defenderam um recuou de 0,75 ponto percentual.

Manifestações mostram Galípolo alinhado com Roberto Campos Neto. Após a última reunião que decidiu, por unanimidade, pela manutenção da taxa Selic em 10,5% ao ano, ele passou a defender os termos da ata do Copom e afirmar que eventuais elevações não estão descartadas para manter o controle da inflação. Para Galipolo, a autoridade monetária está "dependente de dados" para as futuras definições sobre a Selic.

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