Eleitores dos EUA são alvo de operação de influência chinesa online, dizem pesquisadores
Por Christopher Bing e Katie Paul
(Reuters) - Uma operação chinesa de influência nas redes sociais está simulando eleitores norte-americanos, denegrindo políticos dos EUA e divulgando mensagens polarizantes antes da eleição presidencial de 5 de novembro, segundo uma nova pesquisa da empresa de inteligência Graphika.
A campanha faz parte de um esforço conhecido ligado ao Estado chinês que os analistas apelidaram de "Spamouflage" ou "Dragonbridge", que envia uma mistura de spam e propaganda direcionada para a Internet.
O Spamouflage está ativo desde pelo menos 2017, mas intensificou suas atividades à medida que a eleição se aproxima, de acordo com especialistas. Ele aproveitou milhares de contas em mais de 50 sites, fóruns e plataformas de rede social, segundo a pesquisa.
"A principal conclusão desse relatório", disse Jack Stubbs, que gerencia a equipe de pesquisa da Graphika, é que o Spamouflage "se tornou mais agressivo em seus esforços para se infiltrar e influenciar as conversas políticas dos EUA".
"Isso é importante porque mostra que as operações de influência chinesa voltadas para os EUA estão evoluindo, adotando comportamentos enganosos mais avançados e visando diretamente essas fendas orgânicas, mas hipersensíveis, na sociedade", acrescentou Stubbs.
Em um exemplo destacado pela Graphika, a operação chinesa simula ativistas norte-americanos contra a guerra. Usando várias contas no X, os agentes criaram memes que rotularam Trump de "fraude", mostrando-o em um uniforme laranja de prisão, e chamaram Biden de "covarde".
Em um inglês hesitante, uma outra conta perguntou: "A América atual ainda é a nossa América?".
Liu Pengyu, porta-voz da embaixada da China em Washington, disse: "A China não tem intenção e não vai interferir na eleição dos EUA, e esperamos que o lado norte-americano não faça da China um problema na eleição".
O Facebook atribuiu anteriormente a campanha à polícia chinesa, chamando-a de "a maior operação de influência secreta entre plataformas conhecida no mundo".
(Reportagem de Christopher Bing e Katie Paul; Reportagem adicional de Sheila Dang e Kenrick Cai)
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