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Coreia do Sul investiga Telegram por divulgação de deepfakes pornográficas com menores

02/09/2024 07h47

A polícia sul-coreana anunciou na segunda-feira (2) que abriu uma investigação contra Telegram. Seul acusa o serviço de mensagens de "encorajar" a divulgação de conteúdos pornográficos falsos utilizando imagens de menores. 

Os conteúdos, conhecidos como "deepfakes porn", são montagens pornográficas geradas com inteligência artificial (IA) em que rostos de indivíduos são sobrepostos em fotos ou em vídeos com conteúdo sexual.

"O Telegram não respondeu aos nossos pedidos de informações sobre contas [de usuários] durante investigações anteriores sobre crimes relacionados" à rede social, disse o chefe do Departamento de Investigação da Polícia Nacional sul-coreana, Woo Jong-soo. 

"Diante disso, a Agência Nacional de Polícia de Seul abriu uma investigação na semana passada (contra o Telegram) por encorajar este tipo de crime", acrescentou durante uma coletiva de imprensa.

Maioria das vítimas são meninas menores

A polícia recebeu 88 denúncias na semana passada e identificou 24 suspeitos, informou Woo Jong-soo. Os criadores desse tipo de conteúdo ilegal costumam recuperar fotos de suas vítimas nas redes sociais. Segundo a polícia, a maioria das vítimas são meninas, 60% delas menores.

O crime online é muito difundido na Coreia do Sul, segundo ativistas, que citam em particular a exploração de câmaras espiãs e a publicação de "revenge porn", a divulgação de conteúdo sexual privado sem consentimento para fins de vingança.

No final de agosto, a mídia sul-coreana Hankyoreh afirmou que estudantes universitários dirigiam um grupo de discussão no Telegram no qual circulavam "deepfakes porn" de suas colegas de classe, um caso que gerou revolta na Coreia do Sul.

Prisão do fundador do Telegram na França

A investigação aberta pela polícia de Seul acontece após a detenção, em 28 de agosto, na França, do fundador do Telegram, Pavel Durov.

Depois de quatro dias em prisão temporária, o bilionário foi libertado mas está sujeito a um forte controle judicial, incluindo a proibição de sair do território francês. Segundo a Procuradoria de Paris, ele foi indiciado por se "recusar a comunicar informações necessárias para interceptações autorizadas por lei" e cumplicidade em delitos e crimes organizados através da plataforma. 

A polícia sul-coreana está empenhada em cooperar com "várias agências de investigação, incluindo a França", assegurou Woo Jong-soo.

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