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Paralimpíada: Brasil enfrenta no vôlei sentado iraniano Morteza Mehrzad, 2° homem mais alto do mundo

31/08/2024 14h36

Com 2m46, o iraniano Morteza Mehrzad é um dos destaques desta edição dos Jogos Paralímpicos de Paris. Membro da seleção de vôlei sentado, o segundo maior homem do mundo já competiu no Rio de Janeiro e em Tóquio e espera conquistar sua terceira medalha na capital francesa. Seu time enfrenta o Brasil neste domingo (1°).

Morteza Mehrzad é apresentado como o atleta mais alto da história dos Jogos Paralímpicos e a segunda pessoa viva mais alta do mundo, atrás apenas do turco Sultan Kosen, que tem 2m51. O iraniano de 36 anos integrou o time de vôlei sentado de seu país em 2015, após ter sido descoberto pelo técnico da equipe, que o viu em um reality show na televisão local.

O jogador sofre de acromegalia, uma doença rara que causa crescimento exagerado do rosto e das extremidades, assim como, em alguns casos, uma estatura acima da média. Ele também foi vítima de um acidente de bicicleta na adolescência, que interrompeu o crescimento de sua perna direita, que é 15 centímetros mais curta do que a esquerda. Desde então, ele manca e é obrigado a usar cadeira de rodas ou muletas.

"Jogar vôlei sentado me ajudou muito", explica. "O físico que antes eu considerava algo ruim, me ajudou e eu pude fazer bom uso dele", afirma.

Graças ao seu tamanho, Mehrzad tem sido um trunfo para a seleção iraniana. Quando levanta os braços, o jogador ultrapassa a rede em 80 centímetros, representando uma verdadeira muralha para o ataque de seus adversários.

"Transformei minhas limitações em oportunidades", ressalta o atleta. "Não posso dizer que as limitações desapareceram completamente, mas elas diminuíram com o tempo desde que entrei para o time."

"Gigante gentil"

Desde que começou a jogar internacionalmente, as equipes adversárias tiveram que reconsiderar suas estratégias. Algumas mudaram suas composições e outras começaram a adotar passes mais rápidos. Até o Brasil, que tinha jogadores de 2m e 2,06 m, foi superado.

Alguns países chegaram a reclamar junto às autoridades paraolímpicas, alegando que a altura do atleta seria uma vantagem para o time. Mas o processo não foi muito longe e o Irã segue com sucesso na modalidade, que tem tradição no país, como provam as sete medalhas de ouro e duas de prata que acumulou desde 1988, bem antes da chegada de Mehrzad à equipe.

"Nosso principal rival é a Bósnia. Mas não devemos subestimar o Brasil [que o Irã enfrenta neste domingo], a Alemanha e o Egito", avalia o jogador. "A equipe está bem preparada", avisa Mehrzad, conhecido como "o gigante gentil".

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