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Datena diz que escolheu 'eleição errada' em SP e que debates explicam queda

O candidato Datena (PSDB) durante sabatina da GloboNews - Reprodução
O candidato Datena (PSDB) durante sabatina da GloboNews Imagem: Reprodução
do UOL

Do UOL, em São Paulo

30/08/2024 00h32Atualizada em 30/08/2024 00h59

Candidato à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena (PSDB) disse estar incomodado com perguntas sobre a sua desistência da disputa e avaliou que sua queda nas pesquisas de intenção de voto são consequência da falta de preparo para os debates.

O que aconteceu

Datena avalia que essa eleição é a mais incerta da cidade. "Ninguém sabe quem vai ganhar essa eleição", disse. Ele falou que gostaria de se colocar como uma opção democrática alheia à polarização entre Lula e Bolsonaro. "Estou sentindo que a única grande chance que eu tenho é com o povo — estou sentindo o carinho do público." As declarações aconteceram em sabatina da GloboNews.

Após última pesquisa, ele diz que só recebeu ligação do Marconi Perillo, presidente do PSDB, e de Aécio Neves. Última rodada da Quaest apontou queda nas intenções de voto do candidato, agora com 12%. "Quando eu estava em primeiro lugar nas pesquisas soltei rojões, agora que caí, quase ninguém me ligou", disse ele, que afirma acreditar no resultado das pesquisa e que não gosta de questioná-las.

"Escolhi a eleição errada", disse Datena sobre dificuldade nas pesquisas. "Nas outras [eleições] eu estava com 25%, 30% já de saída", disse o apresentador. Ele afirmou que deixou de concorrer em outras eleições por não ter real intenção de ser político ou ter sido "sacaneado" por partidos.

Ele admitiu que não está acostumado com as regras de debates e que se atrapalhou na Band. "Fui mal no debate e replicaram isso", disse. "O debate é fundamental para se ter uma ideia do que os candidatos representam para que se votem nele ou não, para a democracia", avaliou Datena. "O Pablo Marçal chutou a democracia ali e se vendeu para o público dele — foi assim que ele cresceu."

Datena se queixou sobre a postura do candidato do PRTB nos debates. O candidato disse que Marçal se aproveita do debate para a profissão, enquanto ele é afastado da TV. "Eu como jornalista tenho que me afastar quatro meses do meu trabalho e ele que é comunicador na internet ganha cada vez mais espaço. É injusto."

"Já queria dizer de cara que não vou desistir", disse Datena no início da sabatina. Ele que demonstrou desconforto com quem o questiona sobre a permanência na disputa pela Prefeitura de São Paulo. "Daqui a pouco eu sou eleito prefeito de São Paulo e me perguntam: 'você vai tomar posse, Datena?'", disse.

Plano de governo foca na segurança

Datena foi questionado sobre a falta de dados em seu plano de governo. Ele desviou dos questionamentos afirmando que não pretende assumir metas sem saber se conseguirá cumprir. "Prefiro pedir um cheque em branco para que o povo confie em mim, do que sumir com o dinheiro da prefeitura. Não vou apresentar propostas baseadas em números porque o plano de governo é muito mutável."

Principais propostas do tucano para São Paulo são ligadas à segurança. Ele criticou a atuação da gestão de Ricardo Nunes (MDB) no combate ao PCC e voltou a falar que vai acabar com o subsídio oferecido pela prefeitura para a tarifa zero de ônibus, para que o dinheiro não continue indo para o "PCC infiltrado". "Não existe tarifa zero com R$ 5 bi de subsídio", disse. "Quero que eles coloquem um preço justo, sem subsídio."

Datena criticou a proposta de Guilherme Boulos (PSOL) de dobrar o efetivo da guarda, mas disse que fará o mesmo. Ele também prometeu que irá treinar a GCM (Guarda Civil Municipal) e afirmou que é a favor de mais armamento para o efetivo, inclusive com fuzis.

"Cracolândia não é o prefeito que vai resolver", diz Datena. O tucano acredita que a Prefeitura de São Paulo, sozinha, não é capaz de resolver o problema da cracolândia, independentemente de quem assuma. O apresentador defende a união de diferentes entidades, integração entre polícia e justiça para interromper o fluxo de drogas na região.

Na saúde, reaproveita projetos de Dória e Covas

Datena admitiu que reaproveita parte das propostas de Doria e de Bruno Covas, ex-prefeitos pelo PSDB. Entre as propostas, está a de zerar a fila da saúde. "Se o Dória zerou, eu sou capaz de zerar."

Ele propõe aumentar o tempo de funcionamento das UBS de em duas horas. Foi a primeira vez que Datena levou dados sobre quanto custaria para por em prática as melhorias que propõe para São Paulo: R$ 600 milhões.

Datena voltou a falar que aborto é assunto de mulher, se recusando a investir no tema. Perguntado sobre o Hospital Vila Nova Cachoeirinha, referência em Aborto Legal, o candidato afirmou que vai retomar o serviço do atendimento médico. "Essa desativação está colocando a vida de muitas mulheres em risco. Se não tem onde fazer elas vão procurar picaretas por aí."

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