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Inflação da zona do euro recua e amplia apostas de corte de juros no BCE

30/08/2024 08h17

Por Balazs Koranyi

(Reuters) - A inflação da zona do euro desacelerou para o seu nível mais baixo em três anos neste mês, reforçando os argumentos a favor de outro corte na taxa de juros pelo Banco Central Europeu em setembro, mesmo que a alta dos preços se recupere no final do ano.

A inflação nos 20 países que compartilham o euro desacelerou de 2,6% para 2,2%, em linha com as expectativas, com os custos mais baixos de energia a aproximando da meta de 2% do BCE, após três anos de preços acima da meta.

Entretanto, os números subjacentes pintaram um quadro mais incerto, com a aceleração da inflação de serviços, um fator que pode manter algumas autoridades do BCE preocupadas com o crescimento dos salários no setor.

O núcleo da inflação, que exclui os custos voláteis de alimentos e energia, desacelerou para 2,8%, ante 2,9% no mês anterior, em linha com as expectativas, já que os preços dos produtos importados compensaram o aumento da inflação de serviços, que passou de 4,0% para 4,2%.

Os preços de serviços foram provavelmente impulsionados pelo impacto dos Jogos Olímpicos em Paris, uma vez que os custos dos serviços na França aumentaram de forma acentuada, o que, segundo alguns economistas, terá um impacto temporário e pontual.

Espera-se que o BCE reduza os juros em 12 de setembro, e o verdadeiro debate é se ele dará continuidade a esse movimento com mais afrouxamento em outubro, devido à moderação das pressões dos preços, ao crescimento econômico mais fraco e a um mercado de trabalho mais brando.

Embora os números desta sexta-feira sejam bem recebidos pelas autoridades do BCE, ainda pode levar até o final de 2025 para que a alta dos preços volte à meta em uma base mais sustentável.

Por enquanto, os mercados preveem cerca de seis cortes nos juros antes do final do próximo ano, aproximadamente um corte a mais do que o previsto nas projeções econômicas do próprio BCE, indicando que os mercados estão mais otimistas em relação às perspectivas de preços do que o banco.

O rápido crescimento dos salários continua provavelmente sendo a principal preocupação dos membros do BCE, especialmente porque os serviços, o maior item individual dos preços aos consumidor, são particularmente sensíveis aos salários.

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