Topo
Notícias

Em primeira entrevista como candidata à Casa Branca, Kamala Harris critica Trump e defende posições

30/08/2024 05h41

A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, afirmou que os Estados Unidos estavam "prontos para virar a página" sobre Trump, em sua primeira entrevista, na quinta-feira (29) como candidata democrata à Casa Branca, durante a qual defendeu suas ideias sobre energia, imigração e Israel.

Ela acusou o ex-presidente republicano de ter "dividido nossa nação", em uma entrevista muito aguardada, concedida à CNN durante uma viagem de campanha na Geórgia, um estado-chave no sul do país.

A candidata democrata, que escolheu, ao contrário de Trump, uma mensagem de reconciliação política, considerou que "seria uma boa coisa para os americanos que houvesse um ministro republicano em (seu) governo", em caso de vitória na eleição presidencial de 5 de novembro.

Questionada sobre temas sensíveis da campanha, Kamala Harris declarou que em caso de vitória "não proibiria" o fraturamento hidráulico, um método de extração de hidrocarbonetos criticado pelos defensores do meio ambiente.

"Podemos desenvolver uma economia próspera baseada em energias limpas sem proibir o fraturamento", garantiu a vice-presidente. No passado, ela havia declarado ser contrária a essa técnica.

O tema é sensível, especialmente no disputado estado da Pensilvânia, onde o setor de hidrocarbonetos é uma importante fonte de empregos e renda.

Sobre a imigração, um dos temas favoritos de Donald Trump, a democrata de 59 anos afirmou que deve haver "consequências" para as pessoas que entram ilegalmente no território americano.

A vice-presidente, que no passado adotou posições mais progressistas nesses dois assuntos, garantiu que "seus valores não mudaram"

"Sempre acreditei (...) que a mudança climática é uma realidade, que é uma questão urgente" e que os Estados Unidos devem ter "metas" em termos de emissão de gases de efeito estufa, declarou enfaticamente.

"Inconstante"

Os republicanos acusam a vice-presidente de ser "inconstante" em suas ideias.

"Mal posso esperar para debater com a 'camarada' Kamala e mostrar que ela é uma impostora. Harris mudou de posição sobre todos os assuntos", disse Donald Trump em sua plataforma Truth Social, em referência ao confronto previsto para 10 de setembro com sua rival.

O bilionário de 78 anos multiplica os ataques pessoais contra Kamala Harris desde que ela entrou na corrida eleitoral, após a retirada do presidente democrata Joe Biden em 21 de julho.

Ele a acusou, em particular, de "se tornar negra" por razões eleitorais.

Questionada sobre isso, Kamala Harris, filha de um pai jamaicano e de uma mãe indiana, não quis se alongar, considerando que se tratava de "a mesma velha ladainha", e acrescentando: "próxima pergunta, por favor."

Sobre outra questão politicamente sensível, ela reiterou seu apoio ao direito de Israel "de se defender" e respondeu "não" à pergunta sobre se, como presidente, ela suspenderia as entregas de armas americanas a Israel, enquanto a guerra em Gaza continua há quase onze meses.

A democrata também declarou que "muitos palestinos inocentes foram mortos" e pediu "um cessar-fogo".

Segundo as pesquisas, o duelo com Donald Trump permanece indefinido, embora a candidata democrata esteja em uma posição melhor do que o presidente Joe Biden estava.

Assim como Kamala Harris, Donald Trump percorre os "swing states", os estados-pêndulo que prometem ser particularmente disputados em novembro, dos quais a Geórgia faz parte.

O candidato republicano, por sua vez, visitou na quinta-feira o Michigan e, em seguida, o Wisconsin.

Notícias