Ucrânia diz ter abatido 60 drones em novo ataque russo em seu território

A Ucrânia anunciou na terça-feira (27) que abateu cinco mísseis e 60 drones russos durante a segunda noite consecutiva de ataques aéreos massivos, que deixaram pelo menos quatro mortos. Este ataque ocorre um dia após a maior onda de bombardeios que o país foi alvo em várias semanas.

A Rússia intensificou seus ataques à Ucrânia, lançando 91 "dispositivos de ataque", incluindo dez mísseis de vários tipos e 81 drones Shahed projetados pelo Irã, segundo a Força Aérea ucraniana.

Apesar da eficácia da defesa aérea ucraniana, as perdas humanas foram grandes.

"Quatro pessoas morreram e dezesseis ficaram feridas", disse o presidente Volodymyr Zelensky no Telegram.

O presidente ucraniano condenou veementemente os ataques, acusando Moscou de visar deliberadamente "civis e infraestruturas". Ele ressaltou que "crimes contra a humanidade não podem ser cometidos impunemente". As vítimas foram registradas nas regiões de Zaporíjia e Kryvyi Rig, localizadas no sudeste da Ucrânia.

As operações de resgate em busca de sobreviventes continuam nas áreas afetadas por ataques e nos destroços, disse o Zelensky.

Apagões

Os novos ataques fazem parte de uma campanha de bombardeios em grande escala liderada pela Rússia. Na segunda-feira (26), ataques "massivos" de mísseis e drones russos tiveram como alvo a infraestrutura energética ucraniana, causando a morte de quatro pessoas e forçando as autoridades a impor cortes de energia.

Esta ofensiva teve como alvo 15 regiões ucranianas e envolveu "pelo menos 127 mísseis e 109 drones", tornando esta ação "um dos maiores ataques russos", segundo o presidente ucraniano.

O Exército ucraniano conseguiu abater 201 dos 236 mísseis enviados, segundo Mykola Olestchouk, comandante das forças aéreas ucranianas, que descreveu este como "o maior ataque com mísseis" desde o início do conflito.

Diante da situação, Volodymyr Zelensky fez mais um apelo aos países ocidentais para que forneçam à Ucrânia armas de longo alcance para uma retaliação. De momento, o pedido permanece sem resposta.

Nova incursão ucraniana na Rússia

Em termos de operações terrestres, o governador da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, disse na terça-feira ter recebido informações que indicavam uma tentativa de incursão das forças armadas ucranianas no território.

"Há relatos de que o inimigo está tentando cruzar a fronteira da região de Belgorod", de acordo com o Ministério da Defesa russo no Telegram afirmando que "a situação na fronteira continua difícil, mas sob controle".

O canal russo Telegram MASH, conhecido por ser próximo das autoridades de Moscou, informa que estão em curso combates perto da cidade de Nekhoteevka, onde soldados ucranianos estariam tentando entrar na região.

Ao mesmo tempo, o Exército russo reivindicou nesta terça-feira a conquista de uma nova localidade na direção de Pokrovsk, mostrando que se aproxima desta cidade mineira ucraniana, importante centro logístico do front oriental, que continua a ser o epicentro dos combates.

Na região oeste de Donetsk, as autoridades decidiram, na segunda-feira, ampliar as evacuações em torno de Kostiantynivka, localizada a cerca de 15 km da linha da frente, devido à "deterioração das condições de segurança".