Topo
Notícias

OPINIÃO

Sakamoto: Marçal bomba fake sobre Boulos quando confrontado com elo com PCC

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/08/2024 12h20Atualizada em 27/08/2024 12h29

Pablo Marçal (PRTB) sempre recorre à acusação, sem apresentar provas, de que Guilherme Boulos (PSOL) usa cocaína quando é confrontado com sua condenação por fraude bancária e a ligação de membros de seu partido com o PCC (Primeiro Comando da Capital), afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta terça (27).

Em participação no Roda Viva, da TV Cultura, Boulos chorou ao rebater as acusações de Marçal e o desafiou a mostrar as provas de que usa cocaína.

Marçal levanta essa bola toda vez que a imprensa começa a vasculhar mais o passado criminoso dele. Ele foi condenado e só não foi preso porque recorreu por tanto tempo que a condenação prescreveu.

Toda vez quando se diz que o presidente do partido dele e outros membros têm relação com o PCC e trocavam cocaína por carros, Marçal vem e fala isso [do Boulos]. É uma cortina de fumaça 2.0 daquela que o bolsonarismo utilizava.

Toda vez quando Marçal é acusado de estar em um ambiente próximo ao PCC e confrontado com estas relações, ele conta essa mentira da cocaína. Mesmo na sabatina na GloboNews, ele desviava aqui e ali e tentava jogar a pauta dele: 'E o Lula? E o Boulos?'. A resposta é outra: e você?

Marçal não apresentou provas contra o Boulos, mas há um monte contra ele. Há condenação criminal. Apesar de Marçal estar montado em relações mais próximas da cocaína e do PCC, ele acusa os outros. A tática é velha e o povo cai em cima, mas cabe aos candidatos e à imprensa não caírem. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto condenou as declarações de Marçal, que disse que a "filha de Boulos vai chorar duas vezes ao descobrir que o pai é um mentiroso e drogado" durante sabatina na CNN Brasil.

Fazer o exame [toxicológico] é premiar uma atitude grotesca, grosseira e bizarra que foi transformada em instrumento de campanha. Isso não termina. Ao se dar trela, ele acaba pedindo mais e mais. Marçal não está interessado em mostrar para a cidade de São Paulo quem são ou deixam de ser seus oponentes. Ele quer sequestrar o debate público para a sua pauta.

Na política, atingir a família é considerado jogo baixo. Mesmo na guerra da política, existem regras e um código de ética não falado que, por mais duro que seja o embate, haja limites. Muitas vezes vemos candidatos ultrapassando limites, e Marçal não é o primeiro deles. Diante da reação de Boulos, Marçal não dá um passo atrás, mas à frente. Diz que [a filha de Boulos] 'vai chorar mesmo' e continuará os ataques.

Marçal não tem conteúdo eleitoral e deixou claro que está interessado na briga, na guerra. Nesse campo, ele se dá bem porque cresceu em cima disso e quer mais. Não importa se no meio do caminho ele vi atropelar criança, o bom senso ou o que quer que seja.

Boulos subiu o tom e a Tabata tem feito um trabalho forte de enfrentamento. Tudo isso surtirá efeito ou São Paulo se entregou de vez ao entretenimento e deixou de lado a escolha por um gestor para sua cidade? É uma resposta que os paulistanos terão que responder. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Josias: Boulos faz cálculo equivocado e erra mão ao rebater Marçal

Guilherme Boulos se equivoca na estratégia que adotou para rebater as acusações de Pablo Marçal e precisa ajustar seu discurso para confrontá-lo, afirmou o colunista Josias de Souza.

Não tem ponto final com Marçal; só reticências. Em tempo de campanha eleitoral, o ar fica impregnado de discursos, e alguns deles podem soar cheios de ar. Boulos já havia se emocionado ao falar do bullying que sua filha sofre na escola por conta as acusações levianas do Marçal. Ele parece tomado de genuína emoção quando revela esse fato.

Mas no meio de uma campanha que foi convertida em guerra por um franco-atirador como Marçal, a emoção parece coisa de quem se deixou controlar pela raiva. Boulos tinha se equipado para suavizar sua imagem e disputar o voto de centro em uma campanha apertada contra Ricardo Nunes. De repente, a estratégia do PSOL e do PT foi abalroada por um candidato disposto a tudo para convulsionar a disputa e sempre dobra a aposta.

Boulos está fazendo um cálculo do tipo custo-benefício que, ao meu juízo, está equivocado. Está errando a mão. Josias de Souza, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

Notícias