Topo
Notícias

Prévia da inflação perde força e sobe 0,19% em agosto, menor taxa deste ano

Alimentos em queda puxam desaceleração da prévia da inflação - Renan Rodrigues/A7 Press/Estadão Conteúdo
Alimentos em queda puxam desaceleração da prévia da inflação Imagem: Renan Rodrigues/A7 Press/Estadão Conteúdo
do UOL

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/08/2024 09h01

A prévia da inflação desacelerou e subiu 0,19% em agosto, ante alta de 0,3% registrada em junho, mostram dados divulgados nesta terça-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a variação ligeiramente abaixo da expectativa de 0,2%, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - 15) acumula alta de 4,35% nos último 12 meses e se afasta do limite da meta.

Como foi o IPCA-15

Prévia da inflação de agosto tem a menor alta deste ano. O avanço de 0,19% do IPCA-15 representa uma perda de força ante a oscilação de 0,3% apurada em julho e é também inferior à variação de 0,21% de abril, menor taxa de 2024 até então. Em agosto do ano passado, o indicador apresentou ganho de 0,26%.

Variação é a menor para o mês desde a deflação de 0,73% em 2022. A taxa foi a mais baixa da séria histórica do IPCA-15, apurado desde 2000. Na ocasião, o índice foi influenciado pela redução das alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis e a energia elétrica, dois dos itens de maior peso no cálculo da inflação.

Índice acumulado em 12 meses se afasta do teto da meta. Com a desaceleração, o IPCA-15 apresenta alta de 4,35% entre setembro de 2023 e agosto de 2024. A variação é inferior à taxa de 4,45% divulgada no mês passado, quando o indicador ficou a apenas 0,05 ponto percentual do limite de tolerância meta. No acumulado dos oito primeiros meses de 2024, a variação do indicador é de 3,02%.

Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta em agosto. As maiores influências do mês partiram dos produtos e serviços relacionados com os segmentos de transportes (+0,83%), educação (0,75%) e Artigos de residência (0,71%). A única baixa partiu de alimentação e bebidas (-0,8%).

Alimentos mais baratos

Alimentos e bebidas apresentaram o segundo mês seguido de deflação. A redução de 0,8% é mais intensa do que a apresentada em julho (-0,44%). A última sequência negativa do grupo havia sido registrada no ano passado, quando os preços dos alimentos ficaram mais baixos por cinco meses consecutivos, entre junho e outubro.

Barateamento da alimentação no domicílio (-1,3%) foi determinante. No subgrupo, o tomate (-26,6%) e cenoura (-25,1%), a batata-inglesa (-13,13%) e a cebola (-11,22%) lideram quedas. Por outro lado, o destaque entre as altas fica por conta do café moído, com variação positiva de 3,66%.

As refeições fora de casa seguem mais caras, segundo o IPCA-15. A alta de 0,49% do subgrupo corresponde a uma aceleração ante a variação de 0,25% em julho. O ganho de força ocorreu devido das altas dos lanches (de 0,24% em julho para 0,76% em agosto) e das refeições (0,23% em julho para 0,37% em agosto).

Transportes

Grupo com maior inflação teve resultado influenciado pelo preço dos combustíveis (+3,47%). A variação foi puxada pelos preços mais elevados do etanol (5,8%), da gasolina (3,33%), do gás veicular (1,3%) e do óleo diesel (0,85%).

Passagens aéreas ficaram mais baratas. Na contramão dos combustíveis, os bilhetes registraram queda de 4,63% nos preços. A queda repõe parte da disparada de 19,2% dos preços apurada em julho.

Conta de luz

Retorno da bandeira verde deixa energia elétrica mais em conta. Sem a cobrança adicional no mes de agosto, o valor das tarifas caiu 0,42% após subir 1,2% em julho. O resultado impediu uma alta maior do grupo de habitação (0,18%).

Gás de botijão (+1,93%) teve o maior impacto do grupo. Aparecem ainda entre os destaques a alta da taxa de água e esgoto (0,13%) e do gás encanado (+0,17%). Em ambos os casos, as variações contam com reajustes que começaram a valer a partir de 1º de agosto.

Veja a variação de cada um dos grupos em agosto

  • Alimentação e bebidas: (-0,8%)
  • Artigos de residência: 0,71%
  • Comunicação: 0,09%
  • Educação: 0,75%
  • Despesas pessoais: 0,43%
  • Habitação: 0,18%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,27%
  • Transportes: 0,83%
  • Vestuário: 0,09%

O que é o IPCA-15

O IPCA-15 foi criado para oferecer a variação dos preços nos 30 dias finalizados na metade de cada mês. O indicador começou a ser divulgado em maio de 2000 e representa uma prévia do IPCA, o índice oficial da inflação no país. Para este mês, a apuração consiste no período entre 16 de julho e 14 de agosto.

O indicador considera a evolução dos preços em nove grandes grupos. As análises levam em conta as variações apresentadas por itens das áreas de alimentação e bebidas, artigos residenciais, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.

A coleta de preços do IPCA-15 é feita em um período não calculado pelo IPCA. Com isso, o indicador com mostra qual será a tendência do resultado do final do mês. A análise tem como alvo a cesta de produtos consumidos pelas famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, residentes em 11 áreas urbanas do Brasil (Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Distrito Federal).

Notícias