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Presidente mexicano rejeita críticas de aliados do T-MEC sobre polêmica reforma judicial

26/08/2024 16h30

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, rejeitou, nesta segunda-feira (26), as críticas dos Estados Unidos e Canadá, seus parceiros no acordo de livre comércio T-MEC, devido a uma polêmica reforma judicial promovida por seu governo.

"O tratado não é para abrirmos mão de nossa soberania, o tratado é comercial, é para termos uma ótima relação econômica (...), mas não é para que o México se transforme em um apêndice, em uma colônia, em um estado associado", declarou López Obrador em sua habitual entrevista coletiva matinal.

Na última sexta-feira (23), o México apresentou uma nota diplomática a Washington acusando o embaixador americano no país, Ken Salazar, de ter feito uma "declaração intervencionista" em torno da iniciativa da reforma do Poder Judiciário, que propõe a eleição popular de juízes e magistrados.

O diplomata americano mencionou que a proposta "ameaça" a relação comercial entre ambos países, considerando-a um "risco" para a democracia.

López Obrador qualificou ainda que a fala de Salazar foi "infeliz e imprudente", além de "uma grosseira atitude intervencionista".

A embaixada do Canadá no país afirmou, na quinta-feira, que os investidores canadenses estão preocupados com a reforma. O Ministério das Relações Exteriores do México informou que também está preparando uma nota diplomática em protesto.

O México é o principal parceiro comercial dos Estados Unidos, após ter se afastado da China em 2023. Ao lado do Canadá, ambos países fazem parte do acordo de livre comércio da América do Norte (T-MEC).

López Obrador insistiu nesta segunda que em caso de sanções ao México, o país colocará sua soberania "em primeiro lugar".

"Não podemos nos submeter, é a história do México, é o sacrifício de muita gente para alcançar uma pátria livre, independente, soberana. Isto está acima de qualquer tratado", afirmou ele.

O partido no poder, Morena, que alcançou uma vitória esmagadora nas eleições de 2 de junho, tenta promover uma polêmica reforma judicial no novo Congresso que assume em 1º de setembro e no qual terá uma ampla maioria.

jla/yug/nn/yr/mvv

© Agence France-Presse

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