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Desemprego, PIB e inflação vão determinar futuro dos juros, diz Galípolo

Reprodução / Reinaldo Canato/Folhapress
Imagem: Reprodução / Reinaldo Canato/Folhapress
do UOL

Alexandre Novais Garcia

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/08/2024 10h17

O diretor de política monetária do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (26) que a autoridade monetária está "dependente de dados" para definir o rumo da taxa básica de juros da economia brasileira. Ao citar as informações aguardadas para a decisão a ser divulgada no próximo dia 18 de setembro, ele cita a inflação, o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) e as informações sobre o mercado de trabalho.

O que aconteceu

Galípolo reforçou a necessidade de coletar dados para decisão sobre a taxa Selic. "O Banco Central assumiu uma posição mais conservadora, interrompeu seu ciclo de cortes [da taxa Selic] e ficou dependente de dados", disse ele durante comemoração aos 125 anos do Tribunal de Contas do Estado do Piauí, em Teresina.

Ficamos dependente de dados e abertos, com todas as alterativas de política monetária na mesa, para que a gente possa tomar a nossa decisão.
Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC

Futuro da taxa Selic é uma incógnita, avalia o diretor de política monetária. Para Galípolo, a definição do dia 18 de setembro vai levar em conta as divulgações do mercado de trabalho nesta semana, do PIB do segundo trimestre, na próximo dia 3, e do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de agosto, no dia 10 de setembro.

Nós vamos consumir os dados a cada reunião do Copom para analisar como a economia está avançando e poder tomar as nossas decisões a partir disso.
Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do BC

Economia nacional "parece estar em estágio distinto" da dos EUA, avalia Galípolo. A fala considera os recentes dados positivos da atividade econômica e do mercado de trabalho. "A gente pega alguns indicadores de inflação, de produtos que não podem ser importados, para olhar o quanto isso pode ser um termômetro de quanto a atividade econômica está aquecida e pressionando salários e preços", afirmou.

Modelo utilizado pelo Banco Central evita divergências entre diretores. Ao recordar a decisão dividida do Copom em maio, Galípolo destacou que a possibilidade é rara devido aos dados e probabilidades disponíveis a todos. "Como está todo mundo exposto aquele absurdo de dados e aos cenários, as alternativas vão se estreitando conforme você chega para a reunião, porque todos estão com uma visão compartilhada e essas divergências acabam sendo granulares", explica do dizer que a divergência sobre o corte da Selic em 0,25 ou 1,5 ponto percentual "está dentro do intervalo de confiança".

Possibilidade de aumentar a taxa básica de juros não é descartada pelo BC. Na última ata divulgada pelo Copom, os diretores da autoridade monetária garantem que "não hesitarão em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado". A última alta da Selic aconteceu em junho de 2022, quando a taxa atingiu 13,75% ao ano.

Último encontro do Copom manteve a Selic estável em 10,5% ao ano. Após interromper, em junho, a trajetória de cortes da taxa básica de juros, os diretores do BC optaram pela segunda manutenção consecutiva da taxa Selic no patamar atual. Ao justificar a decisão, o Copom (Comitê de Política Monetária) cita as incertezas globais, as expectativas para a inflação e o ambiente fiscal ainda adverso.

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