Topo
Notícias

Queimadas provocam 'Dia do Fogo' em SP e exigem apuração, diz Marina Silva

do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/08/2024 19h08

A ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) afirmou que os incêndios em diferentes pontos de São Paulo fizeram com que o estado tivesse seu "Dia do Fogo". A fala é uma alusão a 10 de agosto de 2019, quando uma ação coordenada de fazendeiros, garimpeiros e grileiros levou fogo a várias partes da Amazônia.

O que aconteceu

Marina disse que situação "atípica" exige "olhar atento" e "investigação cuidadosa". Para a ministra, os incêndios em 10 diferentes cidades no fim de semana devem ser objeto de apuração para "dar a certeza do que houve de fato". Ela também defendeu a parceria entre União e Governo do Estado no combate ao fogo.

Ministra afirmou que desmatamento teve "queda consistente" nos últimos quatro meses na maioria dos biomas do Matopiba. A região é formada pelos estados da Bahia, Maranhão, Piauí e Tocantins.

Queda foi de 50% só na Bahia. De acordo com a ministra, houve resultados parecidos no Maranhão e Tocantins.

Piauí mantém "tendência de alta", afirma Marina. Segundo ela, a queda na derrubada de árvores na região reflete os esforços do PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Bioma Cerrado). "Estamos trabalhando os planos da Mata Atlântica, da Caatinga, do Pampa e do Pantanal", disse.

Mecanismo de pagamento ao Brasil por florestas preservadas ou restauradas deve estar "operacional" até COP30, espera Marina. A ideia é que a iniciativa seja financiada por agências multilaterais — como o Banco Mundial — e países ricos, como Alemanha, Noruega e Reino Unido. A COP30 acontece em novembro de 2025. "Temos o Fundo Amazônia e várias iniciativas que são importantes para ajudar que as pessoas parem de desmatar, mas não temos incentivo para aqueles que não desmataram", afirma Marina.

Ibama e a foz do Amazonas

"Ibama não decide se vai ou não explorar petróleo, só verifica a viabilidade ambiental do empreendimento", diz Marina sobre exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. Alvo de polêmica entre ambientalistas, o projeto é defendido por integrantes da Petrobras. A ministra afirmou que a decisão será técnica. "Já houve duas negativas da licença, porque o Ibama entendeu que o que foi aportado do ponto de vista da viabilidade ambiental ainda não era suficiente. Foi apresentado um novo pedido que está sendo avaliado. Se o Ibama disser sim, é uma decisão técnica. Se disser não, é uma decisão técnica, do mesmo jeito."

Marina Silva, com deputada Marina Helou (esquerda) e candidata Marina Bragante (direita) - Iury Carvalho/Divulgação - Iury Carvalho/Divulgação
Marina Silva, com deputada Marina Helou (esquerda) e candidata Marina Bragante (direita)
Imagem: Iury Carvalho/Divulgação

Marina promete participação 'muito intensa' na campanha

Declarações foram dadas após lançamento de campanha de vereadora em São Paulo (SP). No começo da noite de sábado (24), a ministra conversou com o UOL em Pinheiros, após evento que marcou o início das atividades do comitê de Marina Bragante (Rede), que é candidata a uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo.

Ministra deve participar de atividades aos fins de semana. Partido de Marina, a Rede espera eleger um vereador pela primeira vez em São Paulo e apoia a eleição de Guilherme Boulos (PSOL) para a prefeitura. A expectativa é que ela esteja presente na campanha dele e de nomes da Rede nos próximos meses.

Comício com Lula (PT) e outras lideranças teve a presença de Marina. No sábado à tarde, o presidente, o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e outras autoridades participaram de ato em apoio a Boulos na zona leste de São Paulo. Em maio, a ministra já havia participado de um evento da pré-campanha.

"Todas as candidaturas têm que considerar o problema da mudança climática", disse Marina ao UOL. "É fundamental que a gente tenha pessoas comprometidas, que não sejam negacionistas, que não minimizem o problema, porque ele a cada ano vai se tornar mais frequente e mais intenso", afirmou a ministra.

"Não colocar a pessoa certa nesse momento difícil pode significar um prejuízo para o seu emprego, seu trabalho ou até mesmo para a sua própria vida", afirmou a ministra. Marina defende ainda que aqueles que se dedicam à política o façam para "melhorar a vida da cidade e da cidadania".

Política é serviço. Você deve fazer política não só olhando para aquilo que dá voto, para aquilo que dá popularidade, para aquilo que dá like, para aquilo que dá lacração
Marina Silva (Rede), ministra do meio ambiente

Notícias