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Brasil pode perder posto de maior exportador de milho, diz Biond Agro

26/08/2024 17h15

São Paulo, 26 - O Brasil, que em 2023 se tornou o maior exportador de milho do mundo, superando os Estados Unidos, pode ver essa posição de liderança mudar em 2024, segundo a Biond Agro. "A expectativa para 2024 é que o Brasil exporte entre 35 milhões e 38 milhões de toneladas de milho, uma queda substancial em comparação ao ano anterior", afirmou o gerente regional da consultoria especializada em gestão e comercialização de grãos, Enrico Manzi. "A combinação de uma menor produção doméstica e a recuperação da produção nos Estados Unidos, somada ao retorno de grandes exportadores como Argentina e Ucrânia, estão reduzindo nossa competitividade no mercado internacional."Em 2023, o Brasil registrou um volume recorde de exportações, alcançando mais de 55 milhões de toneladas de milho. O feito de ser o maior exportador global aconteceu apenas duas vezes na história, a primeira em 2013 e a segunda, no ano passado. Esse desempenho foi impulsionado por uma safra excepcional, um aumento na demanda externa e a competitividade do milho brasileiro.Já em 2024, o cenário em relação às exportações de milho inclui uma previsão de menor produção brasileira, de cerca de 115 milhões de toneladas, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), ante mais de 130 milhões de toneladas em 2023, uma produção abundante nos EUA, de 385 milhões de toneladas a serem colhidas, segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA) e o retorno de players importantes ao mercado, como Argentina e Ucrânia. Uma menor demanda também está no radar, por causa de uma possível desaceleração econômica global, em particular em grandes economias, como China e União Europeia."Até agosto, o Brasil exportou cerca de 16,5 milhões de toneladas, comparado com 24,5 milhões de toneladas de 2023, 18,7 milhões de toneladas de 2022 e 17,65 milhões de toneladas na média dos últimos 3 anos, fazendo com que as estimativas de número final de exportação fique ao redor de 35 milhões a 38 milhões de toneladas", justificou Manzi.Apesar do crescente consumo do mercado interno brasileiro, puxado principalmente pela demanda de milho para produção de etanol, fortalecido pela pauta de transição da matriz energética brasileira, uma maior oferta global somada à queda nas exportações podem continuar causando pressão nos preços do milho no mercado interno.

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