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Paralimpíadas: Brasil tem veterano das pistas mirando novas medalhas e estreantes no tênis de mesa

25/08/2024 13h20

Os paratletas brasileiros já estão em Paris, alojados na Vila Paralímpica, após o fim da fase de adaptação em Troyes, no leste da França. A reportagem da RFI esteve no Centro Esportivo de Aube, onde a preparação vinha sendo feita, e conversou com alguns deles. Após os ajustes finais para suas competições, o clima entre os atletas é um misto de ansiedade e grande expectativa para o início dos Jogos Paralímpicos. 

Renan Tolentino, enviado especial da RFI Brasil a Troyes

Velocista dos 400m rasos na classe T11, para deficientes visuais, Felipe Gomes conta que esse período em Troyes foi importante para os atletas se adaptarem ao solo francês.

"A gente está fazendo os últimos ajustes. Estamos animados para fazer um bom trabalho aqui na França (...) Temos uma estrutura legal, alimentação como no Brasil, o que está permitindo a gente a trazer um pouco do Brasil para cá, para chegar na hora da competição e dar o nosso melhor", opina Felipe.

"Pretendo fazer uma boa competição e a consequência disso a gente vai saber quando cruzar a linha de chegada", acrescenta o velocista.

Experiente, Felipe chega para os Jogos de Paris 2024 como o segundo maior medalhista da delegação brasileira em Paris, contabilizando seis pódios paralímpicos: dois ouros, três pratas e um bronze. Ele almeja melhorar ainda mais os números nestas Paralimpíadas.

"Eu quero aumentar essa marca. Todo mundo quer. Se eu não tivesse medalha nenhuma, eu gostaria de ganhar a primeira. Agora que eu tenho as medalhas, eu quero continuar ganhando, porque é o objetivo de todo atleta, chegar na principal competição do ciclo e medalhar", afirma. "A gente mantém essa chama acesa, essa vontade e vai brigar com todos os outros - respeitando todo mundo, mas procurando fazer o nosso melhor", conclui Felipe.

Estreante aos 16 anos

Há quem esteja fazendo sua estreia em Paralimpíadas e iniciando uma trajetória que tem tudo para durar. Sophia Kelmer tem apenas 16 anos e vai disputar sua primeira edição. Ela é a mais jovem da seleção de tênis de mesa e a segunda mais nova de toda a delegação brasileira. Para Sophia, Paris 2024 representa o começo de um sonho.

"É um sonho se tornando realidade. Eu sempre brinco com o pessoal da seleção que, três anos atrás, eu assistia eles pela TV e hoje eles são os meus colegas de seleção", relembra. "Eu busco sempre aprender o máximo possível e desfrutar dessa experiência. Espero ter muitas outras em Jogos Paralímpicos, mas acho que a primeira é sempre a mais emocionante", comenta Sophia.

Apesar de ter só 16 anos, ela chega a Paris com alguns títulos na bagagem. É pentacampeã brasileira da classe 8, dos paramesatenistas com comprometimento moderado nos membros inferiores e superiores.

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Ela também já conquistou uma prata no individual feminino e um bronze nas duplas femininas nos Jogos Parapanamericanos de Santiago em 2023, além do ouro no individual e nas duplas femininas no Parapan de Jovens em Bogotá, também no ano passado. Os resultados a permitem sonhar ainda mais alto em Paris.

"Tudo que eu venho construindo, mesmo com pouca idade, me dá muita experiência, muita bagagem para chegar nesses jogos o mais forte possível para buscar os melhores resultados para o nosso país", salienta.

"A expectativa está demais. Quero muito chegar à Vila, ver a estrutura toda. Sempre tive o sonho desde criança de me tornar atleta paralímpica. E agora que esse sonho se tornou realidade, eu só quero desfrutar o momento e jogar o mais feliz possível, porque o resultado é consequência de um trabalho bem feito", diz Sophia.

Da redação para as Paralimpíadas

Também do tênis de mesa vem outra estreante: Carla Maia até já participou de três edições das Paralimpíadas, mas cobrindo como jornalista, profissão que exercia anteriormente. Em Paris 2024, ela faz sua estreia como atleta do tênis de mesa para cadeirantes. 

"Eu já participei nos bastidores, torcendo pelos atletas, mostrando as histórias deles, indo atrás de notícia. Agora finalmente chegou minha vez, porque meu grande sonho sempre foi vir como atleta. Dessa vez eu consegui, depois de 20 anos treinando", comemora. "Estou vivendo um sonho. A cada dia uma experiência diferente. Estar no meio deles só me motiva cada vez mais."

"Cada vez mais eu penso: essa é só a primeira. Desta vez, eu que estou aqui para brilhar. Espero que eu brilhe muito", Carla Maia, paramesatenista brasileira.

Os Jogos Paralímpicos de Paris começam na quarta-feira (28) e seguem até 8 de setembro, reunindo mais de 4,4 mil dos melhores atletas do mundo ao longo de 12 dias de competição e festa.

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