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Hezbollah realiza primeira fase de ataque em larga escala contra Israel

25/08/2024 08h07

O Hezbollah disparou 210 foguetes e vinte drones contra Israel na manhã deste domingo (25), de acordo com informações das forças de defesa israelenses. Comunicado emitido pela própria milícia afirma que 320 foguetes do modelo Katyusha foram disparados contra 11 bases militares israelenses, na primeira fase do ataque em resposta à ação de Israel que matou Fuad Shukr, comandante militar do grupo, no final de julho, em Beirute. De acordo com o Hezbollah, esta primeira fase de ataques terminou. 

Correspondente da RFI em Israel 

Mísseis disparados pelo movimento xiita libanês pró-Irã atingiram casas na cidade de Acre, no norte de Israel, dezenove quilômetros ao sul da fronteira. Uma mulher de 35 anos ficou ferida, atingida por estilhaços. Não se sabe quando e como será executada a segunda fase do ataque do grupo libanês. 

Israel realizou uma ação preventiva durante a madrugada contra plataformas de lançamento de mísseis às 5h da manhã (horário local) que, segundo o New York Times, estavam prontas para disparar contra alvos estratégicos em Tel Aviv, inclusive contra o Aeroporto Internacional Ben Gurion. Segundo a Rádio do Exército, a sede do Mossad, o serviço secreto de Israel, e uma unidade de inteligência militar estavam entre os alvos dos mísseis do grupo libanês. 

As autoridades informaram que "uma centena" de aviões israelenses foram utilizados para destruir "milhares de plataformas de lançamento de foguetes" do Hezbollah. O Ministério da Saúde libanês relata pelo menos três mortos em decorrência dessa operação. As vítimas são dos povoados de At-Tiri e Khiam, declarou o órgão.

"Estamos determinados a fazer tudo para proteger o nosso país, trazer os habitantes do norte para casa em segurança e continuar a aplicar uma regra simples: quem nos fizer mal, nós lhe faremos mal", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no início de uma reunião de seu gabinete de segurança.

Estado de emergência

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou estado de emergência em todo o país por 48 horas a partir das 6h de domingo, dizendo estar "convencido de que há uma grande probabilidade de que um ataque seja realizado contra a população civil também em outras áreas do país".

Num primeiro momento, o Comando da Frente Interna determinou o fechamento da orla a partir de Rishon Letzion, na região central do território israelense, e em toda a região norte. Os locais de trabalho estão autorizados a receber seus funcionários desde que tenham um abrigo de proteção adequado. A população, no entanto, prefere neste momento permanecer em casa, em especial no norte de Israel. 

Após nova avaliação, o Comando da Frente Interna retirou as restrições para os moradores entre Haifa, no norte, a Tel Aviv, no centro. Para a população do extremo norte israelense, as restrições se mantêm: ou seja, não há autorização para reuniões e eventos externos com mais de 30 pessoas. 

Muitas empresas e locais de trabalho tomaram a decisão de avisar aos funcionários para que fiquem em casa ao longo do dia de hoje. Os israelenses têm muitas dúvidas e buscam informações do Comando da Frente Interna, o braço do exército responsável por orientar a população civil. 

De acordo com a imprensa norte-americana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acompanha de perto o desenvolvimento da situação. 

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tinha agendada uma nova reunião com o governo no início da tarde. Às 18h (horário do Líbano), o xeque Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, vai se pronunciar pela primeira vez desde os ataques desta manhã.

Desde outubro, os confrontos entre Israel e o Hezbollah deixaram mais de 600 mortos no Líbano, principalmente combatentes do movimento xiita, e pelo menos 131 civis, segundo uma contagem da agência AFP. Em Israel e nas Colinas de Golã sírias ocupadas, 23 soldados e 26 civis morreram, segundo as autoridades israelenses.

O Hezbollah tem sua própria agenda política no Líbano, mas afirma que ataca Israel em solidariedade ao movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza. As agressões neste domingo ocorrem num contexto de negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza

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