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Paris 2024: tenistas de cadeiras de rodas e paratletas de bocha do Brasil realizam treinos oficiais

24/08/2024 16h19

Neste sábado (24), os tenistas brasileiros treinaram pela primeira vez em Roland Garros antes do início das competições oficiais, a quatro dias do início dos Jogos Paralímpicos Paris 2024, no próximo fim de semana. A Seleção Brasileira de bocha também realizou um reconhecimento da quadra olímpica durante um treino na Arena Paris Sud 1.

Os tenistas brasileiros que irão competir nessas Paralimpíadas de Paris 2024 treinaram, no sábado, para um reconhecimento de campo em Roland Garros, local "sagrado" do tênis mundial. A equipe já estava treinando em aclimatação na França desde o dia 18 de agosto, na cidade de Troyes, a 160 km de Paris, mas entraram na Vila dos atletas, em Saint-Oeun, na quinta-feira (22).

O catarinense Ymanitu Silva, que já foi vice-campeão na categoria quad no Grand Slam de Paris, afirmou sentir um "enorme prazer" em estar de volta ao icônico saibro e vem em busca de sua medalha olímpica em Paris. "Participei do Grand Slam de Roland Garros em 2019 e 2022, onde fiz a final de duplas e fiquei com o vice-campeonato. Agora, retornando aqui, quero convidar a todos os brasileiros para virem torcer por nós em Roland Garros", disse o paratleta em um comunicado de imprensa após seu treino.

Além de Ymanitu, a Seleção é composta pelos mineiros Leandro Pena (quad), Daniel Rodrigues (masculino open) e Gustavo Carneiro (masculino open), que também treinaram em Roland Garros.

A categoria quad, cuja participação é designada aos atletas com deficiência em três ou mais extremidades do corpo, começa as disputas no dia 30 de agosto, próxima sexta-feira. Já a open do tênis paralímpico é definida por um diagnóstico de "alguma deficiência nos membros inferiores", segundo o site oficial do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Há muitas semelhanças do tênis de cadeira de rodas com o tênis convencional, como exemplo, as raquetes e as bolas são as mesmas. Mas existe "a regra dos dois quiques, que determina que o atleta cadeirante precisa mandar a bola para o outro lado antes que ela toque no chão pela terceira vez", de acordo com o CPB. Já as cadeiras utilizadas são esportivas, com rodas adaptadas para um melhor equilíbrio e mobilidade dos tenistas.

Em Jogos Paralímpicos, o Brasil competiu pela primeira vez no tênis em cadeira de rodas nos Jogos de Atlanta 1996, nos Estados Unidos.

Treino dos jogadores de bocha 

A Seleção Brasileira de bocha, formada por nove atletas e três calheiros, também realizou um treino na Arena Paris Sud 1, neste sábado. O esporte é praticado por atletas com grau alto de paralisia cerebral ou deficiências severas, que competem usando cadeiras de rodas. O objetivo é lançar bolas coloridas o mais perto possível de uma branca, limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos, conforme as regrais oficiais.

Nesta prática, é permitido usar as mãos, os pés e ter a ajuda de calhas. Só contam com ajudantes, chamados de calheiros, aqueles atletas com maior comprometimento dos membros. 

Nos Jogos de Tóquio, o país conquistou dois bronzes no individual, com José Carlos Chagas (da categoria BC1, que faz uso de calheiros) e Maciel Santos (da BC2, que não podem receber assistência). 

Acessibilidade Paris 2024

O jogador Maciel Santos elogiou a acessibilidade à Vila dos atletas nos arredores da capital francesa, para ele "está tudo perfeito, não poderia ser melhor em todos os aspectos, o clima, o prédio do Brasil".

"Está tudo acessível, onde não tinha acessibilidade, eles se preocuparam em fazer um caminho um pouco mais longo, mas agora acessível em todos os pontos da Vila, está perfeito, como a gente esperava", celebrou.

Já estão na Vila os atletas do remo, do vôlei sentado, do tênis de mesa, do goalball, do halterofilismo, do tiro com arco, além dos profissionais do tênis em cadeira de rodas e da bocha, um total até agora de 91 atletas brasileiros instalados nas acomodações, que foram adaptadas para as necessidades dos novos ocupantes, depois dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Com o tempo mais curto de treino, por conta do adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021, quando ganhou o bronze, Maciel afirma que nesta chegada em Paris "as expectativas são as melhores", e comparou o clima paralímpico parisiense ao das Paralimpíadas de Londres em 2012.

Ele revela que desde Tóquio não parou de treinar visando o desempenho em Paris. "Procurei treinar em cada espacinho da minha casa, em outros locais, e agora para Paris eu consegui treinar ainda mais com todo o suporte do CPB (...) As competições também fizeram a diferença, tivemos Copa do mundo no CT paralímpico agora em maio, tivemos Portugal agora em junho. A preparação para chegar agora foi mais árdua, tivemos mais competições, então podem esperar que todos da bocha faremos o melhor", promete o medalhista. 

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