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Grupo Estado Islâmico reivindica ataque a festa municipal na Alemanha; autor segue em fuga

24/08/2024 16h39

A polícia alemã continua a procurar o autor de um ataque com faca cometido na sexta-feira (23) durante um festival em Solingen, no oeste do país. O atentado, que matou três pessoas, foi reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI).

"O autor do ataque a uma reunião de cristãos na cidade de Solingen é um soldado" do EI, afirmou o grupo jihadista, em um comunicado divulgado pelo seu órgão de propaganda Amaq. O texto acrescenta que o homem agiu "para vingar os muçulmanos da Palestina e de todos os outros lugares".

A polícia anunciou a prisão de um adolescente de 15 anos no início do dia, suspeito de "não denunciar" um ato criminoso. Testemunhas relataram tê-lo visto, pouco antes do incidente, falando sobre o ataque com um homem que poderia ser o assassino, disse o procurador-geral de Düsseldorf, Markus Caspers.

Atingidos a facadas entre milhares de participantes de uma festa local na noite de sexta-feira, dois homens, de 56 e 67 anos, e uma mulher de 56 anos morreram no local. Outras oito pessoas ficaram feridas, quatro delas gravemente.

"Foi um ataque muito direcionado no pescoço" das vítimas, observou o chefe da polícia local, Thorsten Fleiss, após analisar as primeiras imagens do crime. Os investigadores disseram ter vídeos da agressão.

Ministra pede união nacional

No final do dia, a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, visitou Solingen e pediu ao país para "manter-se unido" face a este "ataque horrível". "Não nos deixemos dividir", afirmou ela, ao denunciar "aqueles que querem semear o ódio".

Após o ataque, o partido de extrema direita AfD culpou supostas deficiências na política de segurança a nível regional e federal. A coligação do chanceler social-democrata Olaf Scholz enfrenta eleições regionais importantes no leste do país na próxima semana, e as pesquisas de intenções de voto indicam a AfD bem à frente dos partidos do governo.

"O culpado deve ser preso rapidamente e punido em toda a extensão da lei", apelou o chanceler alemão, Olaf Scholz, que disse estar "chateado".

Milhares de espectadores reuniram-se em frente a um palco montado no centro de Solingen, cidade com cerca de 160 mil habitantes, para o lançamento de vários dias de festividades. O evento comemorava os 650 anos desta cidade do estado da Renânia do Norte-Vestfália e sua diversidade cultural. As festividades previstas para domingo foram canceladas.

"Estamos todos em estado de choque, horror e grande tristeza", escreveu o prefeito da localidade, Tim-Oliver Kurzbach.

Poças de sangue

Uma testemunha disse ao diário local Solinger Tageblatt que estava a poucos metros do ataque e "percebeu pela expressão no rosto do cantor que algo estava errado". "E então, a um metro de mim, uma pessoa caiu", disse o homem, Lars Breitzke. Virando-se, viu pessoas caídas no chão e várias poças de sangue. Os investigadores apreenderam diversas facas no local do crime.

As autoridades alemãs têm estado em alerta nos últimos anos face a uma dupla ameaça terrorista: jihadismo e extremismo de direita. Em agosto, a ministra do Interior anunciou que queria proibir facas com mais de 6 centímetros em espaços públicos. Alguns membros da coligação governamental chegaram a pedir a proibição total dos utensílios, devido ao aumento dos ataques a facadas.

O atentado jihadista mais fatal cometido em solo alemão remonta a dezembro de 2016: um ataque com um caminhão reivindicado pelo grupo Estado Islâmico deixou 12 mortos em um mercado de Natal no centro de Berlim.

Com informações da AFP

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