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Quem investiu em BB dobrou patrimônio em 5 anos: quanto renderam R$ 3.000?

Banco remunera os acionistas novamente no dia 30 de agosto  - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Banco remunera os acionistas novamente no dia 30 de agosto Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil
do UOL

Colunista do UOL

23/08/2024 05h30

Mesmo diante dos receios de ingerência política, o investidor ganhou dinheiro aplicando no Banco do Brasil. Levantamento de Felipe Pontes, diretor de gestão de patrimônio na Avantgarde Asset Management, mostra que R$ 3.000 investidos em um ano renderam dividendos de R$ 348,60. Já no período de cinco anos, esses mesmos R$ 3.000 deram lugar a proventos de R$ 1.827,60.

No retorno total, que considera a valorização das ações e os dividendos, o investidor também se beneficiou. Em um ano, ele viu os R$ 3,000 se transformarem em R$ 3.957,90. E em cinco anos, os R$ 3.000 viraram R$ 5.550, quase o dobro do patrimônio inicial e sem esforços.

Veja abaixo simulações de quanto renderam R$ 1.000 e R$ 3.000 em dividendos e retorno total (valorização e proventos) em um e cinco anos.

Quanto o Banco do Brasil rendeu em um ano

  • Dividend yield: 11,62%
  • Retorno total (valorização + dividendos): 31,93%

R$ 1.000 em um ano

  • Quantidade de ações compradas há um ano: 46
  • Dividendo recebido: R$ 116,20
  • Capital acumulado (dividendo + valorização + aporte): R$ 1319,30

R$ 3.000 em um ano

  • Quantidade de ações compradas há 1 ano: 138
  • Dividendo recebido: R$ 348,60
  • Capital acumulado (dividendo + valorização + aporte): R$ 3957,90

Quanto o Banco do Brasil rendeu em cinco anos

  • Dividend yield: 60,92%
  • Retorno total (valorização + dividendos): 85%

R$ 1.000 em cinco anos

  • Quantidade de ações compradas há 5 anos: 67
  • Dividendo recebido: R$ 609,20
  • Capital acumulado (dividendo + valorização + aporte): R$ 1850

R$ 3.000 em cinco anos

  • Quantidade de ações compradas há 5 anos: 200
  • Dividendo recebido: R$ 1827,60
  • Capital acumulado (dividendo + valorização + aporte): R$ 5550

Fonte: simulação Felipe Pontes, Avantgarde Asset Management. Não considera reinvestimento dos proventos

Banco do Brasil: perene e descontado

O Banco do Brasil possui uma carteira de crédito diversificada com destaque para crédito consignado e crédito rural, no qual a instituição é líder de mercado no Brasil. Segundo Milton Rabelo, analista da VG Research, 50% do crédito rural oferecido no país vem do Banco do Brasil, com mais de 2,5 milhões de clientes nesse mercado.

A forte participação no segmento de agronegócio é estratégica, dado que é o setor que mais cresce no país e puxa a economia brasileira, observa Gabriel Duarte, analista da Ticker Research. Além disso, o fato de o Banco do Brasil trabalhar muito com servidores públicos, que acabam utilizando o crédito consignado, traz um risco menor do que o crédito para o varejo tradicional. "É uma instituição que tem uma carteira de crédito mais resiliente do que outros bancos", afirma Duarte.

O banco estatal também possui vantagens fortes quando o quesito é remuneração dos acionistas. Rabelo lembra que o Banco do Brasil elevou neste ano o seu payout (parcela dos lucros destinada ao pagamento de proventos) de 40% para 45%, o que o fortaleceu como um bom pagador de dividendos.

Além disso, o banco combina uma remuneração adequada (com dividend yield superior a 8%), oito pagamentos por ano, presença em setor estratégico da economia, executivos competentes e resultados sólidos, afirma Bruno Oliveira, analista CNPI do Projeto Vida de Acionista. "Fizemos diversos estudos sobre empresas que pagam dividendos de forma sustentável e o Banco do Brasil é atualmente a melhor companhia neste quesito", comenta.

O desconto das ações também pode ser um benefício, diante do risco político. Segundo Rabelo, os papéis BBAS3 estariam exageradamente descontados, negociando a múltiplos de 5 vezes preço sobre lucro (P/L) e 0,93 preço sobre valor patrimonial (P/VP).

O desconto, contudo, não é sinônimo de fundamentos ruins. Duarte destaca que operacionalmente o Banco do Brasil não perde em qualidade para os maiores bancos do país.

Entretanto, embora seja um risco controlado, Rabelo reforça que não pode ser ignorada a possibilidade de a instituição, por pressão do governo, aumentar o crédito subsidiado e direcionar sua carteira para produtos com menores spreads (custo de crédito), o que poderia deteriorar o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) do banco.

Os analistas recomendam a compra das ações BBAS3 para uma estratégia de renda passiva e projetam um dividend yield (retorno em dividendos) entre 10% e 11% para os próximos 12 meses. O preço limite (preço-teto) para adquirir as ações é de R$ 30,60, segundo Rabelo.

Saiba mais sobre o que esperar do Banco do Brasil nesta coluna: Banco do Brasil é opção para ter pagamentos robustos até o fim do ano

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