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Ibovespa fecha em queda com realização de lucros após renovar máximas

22/08/2024 17h12

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, em dia de realização de lucros, após renovar máximas históricas, chegando a superar os 137 mil pontos na véspera, em movimento endossado por cautela antes de discurso do chair do Federal Reserve.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,95%, a 135.173,39 pontos, tendo marcado 134.835,74 pontos na mínima e 136.462,18 pontos na máxima da sessão.

O volume financeiro somou 22,2 bilhões de reais.

"É uma realização de lucros... após vários dias de alta e renovação de marcas históricas", avaliou a estrategista Jennie Li, da XP.

Até a véspera, quando renovou seu topo histórico intradia em 137.039,54 pontos, o Ibovespa chegou a acumular uma alta de mais de 7% em agosto considerando a máxima do pregão. Com a correção negativa nesta sessão, soma agora um ganho de quase 6%

De acordo com Li, essa performance positiva reflete em grande parte a volta dos investidores estrangeiros para a bolsa paulista, que está relacionada principalmente à perspectiva de queda de juros nos Estados Unidos.

"A maior probabilidade é que o Federal Reserve começará a cortar os juros em setembro", observou a estrategista, que vê espaço para as ações no Brasil continuarem subindo no atual cenário. A XP prevê o Ibovespa em 147 mil pontos no fim do ano.

Nesse contexto, as atenções se voltam para a fala de Jerome Powell, na sexta-feira, em evento com representantes de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming, em busca de sinais sobre os próximos passos da autoridade monetária norte-americana.

A correção de baixa no pregão brasileiro ainda teve como componente a alta das taxas dos contratos futuros de juros, na esteira de novo discurso duro contra a inflação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do aumento dos rendimentos dos Treasuries no exterior.

DESTAQUES

- VIBRA ON caiu 3,45%, após firmar acordo para antecipar o direito de compra da fatia remanescente de 50% da Comerc, em conjunto com a Perfin Infra e outros acionistas da Comerc, no valor de 3,52 bilhões de reais. A Vibra adquiriu cerca de 50% da empresa em 2022 e tinha o direito de comprar a fatia restante até 2026.

- ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,92%, tendo como pano de fundo relatório de analistas do UBS BB cortando a recomendação dos papéis para "neutra", enquanto manteve o preço-alvo em 42 reais. No setor, BANCO DO BRASIL ON perdeu 2,42%, SANTANDER BRASIL UNIT cedeu 0,32% e BRADESCO PN fechou negociada em baixa de 0,7%.

- PETROBRAS PN subiu 0,14%, endossada pelo sinal positivo dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent encerrou em alta de 1,54%.

- VALE ON ganhou 0,14%, após desempenho robusto na véspera, em meio ao avanço dos futuros do minério de ferro na Ásia. O contrato mais negociado em Dalian, na China, fechou as negociações diurnas com elevação de 0,41%, enquanto o vencimento de referência em Cingapura mostrou acréscimo de 0,09%.

- CVC BRASIL ON perdeu 6,52%, corrigindo parte do salto da véspera, quando fechou com valorização de 12,75%. No mesmo contexto, MRV&CO recuou 5,28%, devolvendo parte de ganhos recentes, em movimento avalizado pela alta nas taxas futuras de juros após declarações de diretor do BC.

- WEG ON valorizou-se 1,44%,renovando topo histórico de fechamento, a 53,43 reais. Na máxima do dia, bateu 54,78 reais.

- EMBRAER ON avançou 2,15%, para o preço recorde de fechamento de 46 reais, tendo no radar relatório de analistas do Bank of America elevando o preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) da fabricante de aviões brasileira de 28 para 40 dólares.

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