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Gêmeo de jovem encontrado morto no Rio desabafa: 'Perdi uma parte de mim'

Augusto e Otávio Andrade, gêmeos não idênticos - Arquivo pessoal
Augusto e Otávio Andrade, gêmeos não idênticos Imagem: Arquivo pessoal
do UOL

Do UOL, em São Paulo

22/08/2024 20h53Atualizada em 23/08/2024 06h29

Já passava de 0h de segunda-feira (19) quando Augusto Andrade mandou mensagem para o irmão, Otávio, que havia saído para encontrar um amigo no Rio de Janeiro. "Já vou. Vou pedir para meu amigo pagar um Uber", respondeu Otávio. Eles não sabiam, mas essa seria a última conversa entre os dois.

O que aconteceu

Otávio Andrade, 21, foi encontrado morto com marcas de espancamento no Elevado do Joá, zona sul da capital fluminense, na manhã de terça-feira (20). "Ele falou que ia voltar de Uber para eu não ficar preocupado, mas eu sei que ele não pegou Uber por conta do histórico da corrida", disse Augusto, gêmeo da vítima, ao UOL.

O jovem foi deixado pelo amigo, já conhecido da família, em um ponto de ônibus em São Conrado, na região da Rocinha. Dali iria para o bairro Muzema, na zona oeste, onde morava com o irmão, mas nunca chegou.

Augusto conta que procuraram por Otávio no Elevado do Joá na segunda-feira, onde ele seria encontrado mais tarde, mas não acharam o jovem. "A gente começou a fazer post em rede social, para ver se achava alguma informação, rodamos o Joá, mas não encontramos nada".

Otávio foi encontrado com marcas de espancamento - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Otávio foi encontrado com marcas de espancamento
Imagem: Reprodução/Instagram

Na terça-feira, a família recebeu uma ligação do Hospital Municipal Miguel Couto informando que Otávio havia sido levado para a unidade. "Minha tia foi de moto na frente, eu fui com outros familiares. Chegando lá a gente recebeu a triste notícia de que ele já tinha falecido. Só é ligar os pontos, né?", disse Augusto.

Ele se refere à tese defendida pela família de que Otávio foi vítima de homofobia. Segundo o irmão, a vítima foi encontrada com todos os pertences. "Hoje em dia qualquer motivo é motivo. E, como no Brasil nós sabemos que tem muitos casos de homofobia, transfobia, temos essa suspeita. Parece que perdi uma parte de mim", desabafou Augusto.

A Polícia Civil disse que uma investigação está em andamento e que imagens estão sendo analisadas. "Diligências seguem para esclarecer as circunstâncias da morte", diz a nota.

Amigos de Otávio se mobilizaram nas redes sociais com a hashtag #justiçaporotavioandrade. "Ainda não tivemos nenhuma conclusão! A luta não acabou!", diz um dos posts. "Não vamos descansar até achar o culpado", escreveu um amigo em outra publicação.

O jovem foi sepultado na manhã desta quinta-feira (22) no Rio de Janeiro.

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