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Ataque de homens armados fere pelo menos 10 indígenas em Douradina (MS)

do UOL

Do UOL, em São Paulo

03/08/2024 21h28Atualizada em 04/08/2024 16h40

Grupos representantes de indígenas divulgaram neste sábado (3) terem sido atacados por "jagunços fortemente armados" em Douradina (MS) um dia depois de a Força Nacional ter se retirado do local.

O que aconteceu

Segundo informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), os homens atiraram com munição letal e balas de borracha contra indígenas Guarani e Kaiowá.

Dez indígenas ficaram feridos, dois em estado grave, segundo o Cimi. Um deles foi atingido na cabeça e o outro, no pescoço - ainda não se sabe se foram alvejados por munição letal ou não. Ambos foram levados ao Hospital da Vida, em Dourados, junto com outros seis indígenas que ficaram feridos de maneira menos grave

O ataque deste sábado ocorreu na retomada Pikyxyin, uma das sete na Terra Indígena Lagoa Panambi, de acordo com o Cimi. Os indígenas informam também que outro ataque já havia sido registrado na terra na sexta-feira (2).

Representantes dos indígenas acionaram os ministérios da Justiça, dos Povos Indígenas e dos Direitos Humanos, além do MPF (Ministério Público Federal) e da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que atendeu ao chamado para atender os feridos.

Agentes da Força Nacional estavam em outro lugar

Em nota, o Ministério da Justiça, a quem a Força Nacional está subordinada, disse que a Força está "com todo o efetivo em Mato Grosso do Sul", mas o ataque "ocorreu no início da tarde, no momento em que a FN fazia o patrulhamento em outra área da mesma região".

O MJ informou que, assim que acionada, a Força Nacional foi até o local e "encerrou o confronto".

Segundo a nota, a Força Nacional foi ao local na noite de sábado (3) com quatro viaturas e 12 agentes, e não houve ocorrência. Nova patrulha foi feita na manhã deste domingo (4) com seis viaturas e 18 agentes, e "a região continua sem ocorrências".

"O efetivo mobilizado trabalha com foco na garantia da segurança dos indígenas, com respeito às culturas e evitando qualquer forma de violação dos direitos humanos, e será aumentado a partir destes novos confrontos com efetivo que será deslocado de outros estado", conclui o Ministério da Justiça.

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