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OPINIÃO

Randolfe: Oposição queria regime como o de Maduro aqui, mas com Bolsonaro

do UOL

Colaboração para o UOL em Juiz de Fora

01/08/2024 14h05

O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo Lula no Congresso, disse que a oposição gostaria de ver implantado no Brasil o mesmo sistema adotado pelo ditador venezuelano Nicolás Maduro, mas com o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Randolfe foi entrevistado no UOL News desta quinta (01).

Tudo que eles criticam na Venezuela é o que eles queriam Brasil. A oposição queria no Brasil um regime de Maduro, com Bolsonaro. E o que o Maduro está querendo na Venezuela é um regime bolsonarista com Maduro. Então um é face do outro, é contraface do outro, um é cara e coroa do outro. Se vê amiúde, são cópias.

Lá o mesmo questionamento ao processo eleitoral que faziam aqui para deslegitimar o processo eleitoral, o Maduro faz na Venezuela. A mesma utilização do aparato bélico do Estado para intimidar eleitores que o Maduro faz na Venezuela, é o que o bolsonarismo faz aqui. Eu acho muito cara de pau da oposição bolsonarista que é tão identificado com o regime do Maduro, quanto os métodos que tentavam utilizar aqui.

Eles queriam um regime igual ao do maduro no Brasil, só que com Bolsonaro no poder. São duas faces da mesma moeda. Acho que falta coerência e falta um pouco de simancol pra oposição bolsonarista ao apontar os dedos sobre o regime de Maduro aqui para o Brasil. Randolfe Rodrigues, senador

O senador comentou a articulação da oposição no Senado para convocar o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira para prestar esclarecimentos sobre a postura do governo brasileiro diante das suspeitas de fraude nas eleições na Venezuela.

O modelo do Bolsonaro para o Brasil é o modelo que Maduro adotou para a Venezuela. Então, acho muito cinismo apontarem o dedo com algum tipo de argumentação. O chanceler estará à disposição para ir e conversar com os senadores da base de apoio ao governo, independente de oposição, quando for chamado. Nem precisa de convocação, assim como o Mauro Vieira foi à comissão do Senado Federal todas as vezes que foi chamado para tratar das questões da seara internacional. Randolfe Rodrigues, senador

Sakamoto: Maduro x Musk é briga interna do campo autoritário

A troca de farpas entre o ditador venezuelano Nicolás Maduro e o empresário Elon Musk reúne duas figuras emblemáticas do campo antidemocrático e do autoritarismo, disse o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quinta (1º).

Maduro x Musk é briga interna do campo autoritário, entre personagens que têm ojeriza à democracia plena. Temos visto todos os direitos tungados, o comportamento autocrático durante a gestão de Maduro e, ao que tudo indica, essa tentativa de golpe baseada em fraude eleitoral para permanecer no poder, com todo o ataque à oposição. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Análise: Netanyahu e Maduro sabem que, se saírem do poder, vão para cadeia

É possível comparar a situação de Nicolás Maduro na Venezuela à de Benjamin Netanyahu em Israel, já que ambos tentam se perpetuar no poder para escapar da prisão, analisou Maurício Santoro, cientista político e professor de relações internacionais da Uerj.

Faço um paralelo entre a situação na Venezuela e em Israel. O presidente venezuelano e o primeiro-ministro israelense estão em polos ideológicos opostos, mas têm um conjunto de incentivos muito parecido. Eles sabem que, se saírem do poder agora, irão para a cadeia em pouco tempo.

No caso de Israel, isso tem levado a uma série de decisões do governo que tem aprofundado a guerra e dificultado a possibilidade de um cessar-fogo e de um entendimento ali. Já na Venezuela, há essa recusa total do Maduro em aceitar a derrota e fazer de tudo para permanecer como presidente. Maurício Santoro, cientista político

Sakamoto: Maduro abraça Trump para defender a si mesmo de fraude eleitoral

Para se defender das acusações de fraude eleitoral, Nicolás Maduro é capaz até mesmo de se alinhar a Donald Trump, mesmo que isto signifique uma contradição no discurso anti-imperialista do ditador venezuelano, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto.

Maduro abraça o Trump para poder defender a si mesmo com relação à fraude nas eleições. Vale a pena ele dar uma olhada e consultar antes de fazer essas declarações porque o Centro Carter monitorou as eleições nos EUA em 2020. Também houve uma série de observadores por lá.

Não houve nenhum indício de fraude nas eleições dos EUA e quem gritou foi Trump, que perdeu nas urnas. Se ele tivesse ganhado, teria falado que a eleição foi limpa. Os indícios de fraude foram inventados por Trump, que usou isso para empurrar seus seguidores para atacar o Congresso em 6 de janeiro de 2021, no momento em que os parlamentares chancelavam a vitória de Biden.

Os observadores foram à Venezuela e há dados faltando porque o governo Maduro não garantiu transparência nas atas de votação, na totalização e na contagem dos votos. No caso da Venezuela, há um buraco. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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