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Crescem sinais de iminente troca de prisioneiros entre Rússia e Ocidente

01/08/2024 09h55

Por Andrew Osborn e Filipp Lebedev e Lucy Papachristou

MOSCOU (Reuters) - Os sinais de uma grande troca de prisioneiros entre Rússia e Belarus, de um lado, e Estados Unidos, Alemanha e Eslovênia, de outro, multiplicaram-se na quinta-feira, mas não houve confirmação oficial do que pode ser a maior troca desde a Guerra Fria.

A Fox News informou que o jornalista preso do Wall Street Journal Evan Gershkovich retornaria aos Estados Unidos como parte de uma troca de prisioneiros, possivelmente ainda na quinta-feira.

O site de rastreamento de voos Flightradar24 mostrou que um avião especial do governo russo usado em uma troca de prisioneiros anterior, envolvendo os Estados Unidos e a Rússia, voou de Moscou para o enclave russo de Kaliningrado, que faz fronteira com a Polônia e a Lituânia, antes de voltar para a capital russa.

A Pervy Otdel (Primeiro Departamento), uma associação especializada na defesa de pessoas em casos de traição e espionagem na Rússia, disse que o voo poderia significar que uma troca de prisioneiros havia ocorrido na fronteira polonesa.

A Reuters não pôde confirmar isso e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, quando perguntado sobre os relatos de uma grande troca de prisioneiros, disse: "Ainda não estou fazendo nenhum comentário sobre isso".

Paul Whelan, ex-fuzileiro naval dos EUA, e Vladimir Kara-Murza, dissidente russo-britânico, ambos presos na Rússia, desapareceram repentinamente de vista, disseram seus advogados um dia antes, depois que pelo menos sete dissidentes russos foram inesperadamente retirados de suas prisões nos últimos dias.

Também houve relatos não confirmados da mídia russa de que outro dissidente, o ativista da oposição Vadim Ostanin, havia sido retirado de sua prisão na Sibéria.

Pelo menos seis aviões especiais do governo russo voaram nos últimos dias de e para as regiões onde estão localizadas as prisões que mantêm os dissidentes, informou o meio de comunicação online russo "Agenstvo".

Enquanto isso, o advogado de Alexander Vinnik, um russo preso nos Estados Unidos, recusou-se na quarta-feira a confirmar o paradeiro de seu cliente para a agência de notícias estatal RIA "até que a troca ocorra". Mas o advogado, Arkady Bukh, foi citado pela RIA como tendo sido informado por advogados que representam pessoas presas na Rússia que elas estavam "a caminho" de locais desconhecidos.

A RIA também informou que quatro russos presos nos Estados Unidos haviam desaparecido de um banco de dados de prisioneiros operado pelo U.S. Federal Bureau of Prisons. O nome deles é Vinnik, Maxim Marchenko, Vadim Konoshchenok e Vladislav Klyushin.

Não houve comentários dos países ocidentais. Essas trocas são normalmente envoltas em sigilo até que aconteçam.

(Reportagem de Andrew Osborn em Moscou e Filipp Lebedev e Lucy Papachristou em Londres)

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