Time feminino do Brasil leva bronze inédito por equipes na ginástica artística

O time feminino do Brasil disputou a prestigiosa final por equipes da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Paris, nesta terça-feira (30), na Arena Bercy, na capital francesa.O time feminino do Brasil disputou a prestigiosa final por equipes da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Paris, nesta terça-feira (30), na Arena Bercy, na capital francesa e conquistou um terceiro lugar inédito por equipe.

Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris

As arquibancadas ficaram lotadas com as torcidas dos oito países cujas equipes se classificaram para esta final: Estados Unidos, Itália, China, Brasil, Japão, Canadá, Reino Unido e Romênia.

A ginástica mistura força, flexibilidade e técnica. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira, Jade Barbosa e Júlia Soares buscavam o pódio, em quatro modalidades diferentes, depois de terem ficado em quarto lugar por equipe na etapa classificatória. No feminino, as atletas se apresentam nas barras assimétricas, trave, solo e salto sobre o cavalo. Nove juízes avaliam as apresentações com base na dificuldade e técnica. São três passagens em cada aparelho e todas as notas contam, portanto não há margem de erro nesse tipo de competição.

A primeira disputa das brasileiras foi nas barras assimétricas, com alturas de 1,75m e 2,55m. As ginastas saltam de uma barra para outra, com saídas impressionantes. Lorrane Oliveira passou sem erro pelas paralelas e pontuou 13.000, um pouco pior do que ela havia feito nas eliminatórias. Depois foi a vez de Flávia Saraiva, que teve uma queda no aquecimento e competiu com um curativo no rosto. Ela fez uma pontuação de 13.666. A terceira brasileira a passar pelo equipamento foi Rebeca Andrade, muito aplaudida em uma apresentação impecável, que lhe rendeu 14.533.  

As brasileiras seguiram, então, para apresentações na trave. Neste aparelho de apenas 10 centímetros de largura, elas precisam demonstrar controle e precisão nas acrobacias. A curitibana Julia Soares abriu a sessão e teve uma queda, somando 12.400 pontos. Flávia Saraiva deu um espetáculo, mas conseguiu se segurar em dois desequilíbrios. A terceira ginasta a passar pela trave foi Rebeca Andrade, que também sofreu um desequilíbrio sem cair do aparelho e fez uma aterrissagem perfeita, alcançando 14.133 pontos, a segunda melhor nota na segunda rotação da trave.  

Rebeca é a grande estrela do grupo, a primeira ginasta e atleta do Brasil a ganhar duas medalhas numa mesma edição dos Jogos Olímpicos. A paulista conquistou um ouro e uma prata em Tóquio 2020 e é admirada pela torcida. "A Rebeca é uma inspiração para todas nós", disse em entrevista à RFI Brasil Olívia Borges, de 12 anos, que fez ginástica por cinco anos e torcia enrolada na bandeira do Brasil.

A torcida verde e amarelo rivalizava com a dos Estados Unidos, cujo time era liderado pela estrela da ginástica, Simone Biles. Dona de quatro medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze, ela foi ovacionada em Paris. Os Estados Unidos abriram o torneio desta terça-feira no salto sobre o cavalo. Neste equipamento, as atletas correm uma distância de 25 metros antes do salto. Depois, as americanas passaram a uma apresentação impecável nas barras assimétricas, alcançando as maiores pontuações no aparelho.  

O time do Brasil seguiu a sua apresentação no solo, onde cada atleta tem 90 segundos para mostrar o seu melhor desempenho. Júlia Soares abriu as apresentações e incluiu passos de samba em sua coreografia sem erros. Ela foi seguida por Flávia Saraiva, que voou alto e incluiu a trilha do CanCan francês, levando o público ao delírio. A terceira atleta brasileira no solo foi Rebeca Andrade, que apesar de um pequeno desequilíbrio na última aterrissagem, fez uma ótima apresentação no solo, ao som de Anitta, alcançando 14.200, a única acima dos 14 pontos nessa rotação.

Antes do último aparelho, o Brasil estava na sexta posição no geral.

A última rotação do Brasil foi no salto sobre o cavalo, com Jade Barbosa e Flávia Saraiva, que tiveram pequenas falhas.  Elas foram seguidas por Rebeca Andrade, que fez o melhor salto da rotação, com aterrissagem perfeita em comparação às demais competidoras. Ela alcançou 15.500 pontos, o que manteve o Brasil na disputa. Restava às brasileiras esperar pelo fim dos demais aparelhos, acompanhando as notas das adversárias.   

Simone Biles fechou a competição voando alto na prova de solo, encantando a torcida que lotava a arena francesa e gritou U.S.A em coro.

No total, o Brasil ficou com um total de 164.497 pontos. Atras da Italia, com 165.494 e dos Estados Unidos, com 171.296. O Reino Unido ficou em quarto lugar com 164.263 pontos, seguido pelo Canada, China, Romênia e Japão.