Topo
Notícias

Justiça manda soltar advogada presa por racismo em fast food em SP

Fabiani teria causado uma confusão após ficar insatisfeita com o atendimento do estabelecimento - Reprodução/TV Globo
Fabiani teria causado uma confusão após ficar insatisfeita com o atendimento do estabelecimento Imagem: Reprodução/TV Globo
do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/07/2024 20h00Atualizada em 26/07/2024 20h04

A Justiça mandou soltar, na tarde nesta sexta-feira (26), a advogada Fabiani Marques Zouki, presa após proferir insultos racistas contra funcionários da unidade do Burger King em Moema, na zona sul de São Paulo.

O que aconteceu

Fabiani deverá cumprir medidas cautelares, decidiu a Justiça em audiência de custódia. Entre as medidas, estão a proibição de se aproximar das vítimas e do estabelecimento, devendo manter o distanciamento mínimo de 300 metros.

Advogada também está proibida de ausentar-se da comarca onde reside por mais de oito dias sem comunicar para a Justiça. Ela ainda deve comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades, além de ser obrigada a manter o seu endereço atualizado — devendo comunicar imediatamente qualquer alteração.

O UOL tenta localizar a defesa de Fabiani. Questionado, o Tribunal de Justiça de São Paulo não soube informar qual advogado teria defendido a mulher na audiência de custódia. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

Fabiani Marques Zouki, de 47 anos, teria causado uma confusão após ficar insatisfeita com o atendimento do estabelecimento. Ela chegou de carro na parte do drive-thru do local e estava sozinha na noite de quinta-feira (25).

Segundo a polícia, a advogada fez ofensas racistas aos funcionários. O atendente Pablo Ramon da Silva Ferreira, de 25 anos, afirmou que Fabiani teria se referido a ele como "preto", "macaco" e "macaco sujo". ''Aí eu me revoltei, eu não ia agredi-la, mas foi aí que desferi um soco no retrovisor do carro [dela]'', contou em entrevista à TV Globo.

Imagens de câmeras de segurança também flagraram a mulher chutando um dos trabalhadores. Em outros registros feitos por funcionários, a advogada aparenta estar alterada e diz: "Falou que eu chamei ele de preto, de macaco. Viajou na maionese. E daí se eu tivesse chamado? Isso não é justificativa para quebrar o meu carro".

Os funcionários chamaram a polícia, que constatou sinais de embriaguez na mulher. De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo, Fabiani se recusou a fazer o exame de bafômetro e foi presa em flagrante.

O caso foi registrado como embriaguez ao volante e preconceitos de raça ou de cor no 27º DP (Campo Belo).

Empresa diz estar prestando assistência psicológica e jurídica aos funcionários envolvidos no caso. O Burger King também afirmou que não "compactua de forma alguma com ofensas racistas, discriminação ou agressão física, e está colaborando com as autoridades para a investigação policial".

Notícias