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Caso Djidja: Mãe, irmão, ex-namorado e outros 7 se tornam réus no Amazonas

A empresária Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso (da esquerda para a direita) - Reprodução/Redes sociais
A empresária Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, Cleusimar Cardoso e Ademar Cardoso (da esquerda para a direita) Imagem: Reprodução/Redes sociais
do UOL

Do UOL, em São Paulo

26/07/2024 17h39Atualizada em 27/07/2024 14h24

O Tribunal de Justiça do Amazonas aceitou nesta sexta-feira (26) a denúncia oferecida pelo Ministério Público contra a mãe, o irmão e o ex-namorado de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido. Outras sete pessoas também se tornaram rés.

O que aconteceu

Dez pessoas foram acusadas de tráfico de substâncias entorpecentes. Elas foram indiciadas pela Polícia Civil após a morte da ex-sinhazinha em 28 de maio, em Manaus. Entre os denunciados estão Ademar e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe de Djidja, e Bruno Rodrigues, ex-namorado dela. Segundo a polícia, a família dela criou uma seita responsável por fornecer, distribuir, incentivar e promover o uso indiscriminado do anestésico cetamina.

Dos dez acusados, seis estão presos e quatro respondem ao processo em liberdade. Como o processo corre em segredo de Justiça, o tribunal não divulgou outros detalhes, incluindo os nomes de todos os denunciados.

Na mesma decisão, juiz negou pedido das defesas de quatro dos seis presos. Os advogados haviam solicitado ao Judiciário o relaxamento da prisão, não aceito pelo juiz Celso Souza de Paula, titular da 3ª Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes. Como a Justiça aceitou a denúncia do MP, todos os envolvidos agora são réus por tráfico.

Primeira audiência de instrução do caso também foi marcada para 4 de setembro. Na data, testemunhas de acusação serão ouvidas, depois as de defesa e, por fim, os acusados. O tribunal ainda informou que o encerramento da audiência de instrução deve ocorrer em outras datas até o fim da conclusão da fase processual em razão do número de testemunhas e acusados.

Ao UOL, o advogado Mozarth Bessa, defensor de Ademar e Cleusimar, afirmou que entrará com pedido de habeas corpus em favor dos clientes no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, com solicitação do uso de tornozeleira eletrônica e medidas cautelares.

Já o advogado Luke Pacheco, que faz a defesa de Bruno, declarou que o processo está seguindo o curso natural e os réus irão passar por audiência. "A partir disso ficará esclarecida a culpabilidade ou não de cada um, assim como poderão ser debatidas as falhas existentes desde a fase do inquérito", acrescentou. Pacheco também ressaltou que o cliente está em liberdade provisória e cumprindo as medidas impostas pelo judiciário.

Como o nome dos demais acusados não foram divulgados, a reportagem não conseguiu contato com as defesas. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre o caso

A empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso morreu aos 32 anos - Reprodução/Redes sociais; e Reprodução/Instagram/@boigarantido via Elcio Farias - Reprodução/Redes sociais; e Reprodução/Instagram/@boigarantido via Elcio Farias
A empresária e ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso morreu aos 32 anos
Imagem: Reprodução/Redes sociais; e Reprodução/Instagram/@boigarantido via Elcio Farias

Djidja foi encontrada morta em casa, em Manaus, no final de maio. Na ocasião, a família da ex-sinhazinha já era investigada por liderar o grupo religioso "Pai, Mãe, Vida", que induzia os seguidores, incluindo funcionários da rede de salões da família Cardoso, a usar cetamina para "transcender a outra dimensão e alcançar um plano superior e a salvação", segundo a Polícia Civil.

Durante a investigação, a polícia apontou que, na seita, Ademar assumia a figura de Jesus. Já Cleusimar seria Maria e Djidja, Maria Madalena.

Grupo fazia "rituais com o uso indiscriminado de cetamina". Eles também usariam cogumelos, chás alucinógenos e Potenay, medicamento usado em bovinos e equinos com desnutrição e sistema imunológico debilitado. A seita funcionava há pelo menos dois anos no bairro Cidade Nova, em Manaus.

Após a prisão, a defesa de Cleusimar e Ademar negou a existência de uma seita religiosa. "Não existe esse negócio de ritual e de que funcionários e amigos eram obrigados ou coagidos a usar a droga. Não existia isso. Eles ofereciam sob efeito de drogas, com aquele argumento, com aquela alegação da transcendência da evolução espiritual", argumentou a advogada Lidiane Roque na ocasião.

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