Brigitte Bardot e artistas franceses se mobilizam para evitar extradição de defensor de baleias ao Japão
A atriz Brigitte Bardot e centenas de artistas e ativistas franceses se mobilizam nesta terça-feira (23) para pedir ao presidente francês, Emmanuel Macron, que interceda em favor de Paul Watson, fundador da ONG de proteção aos oceanos Sea Shepherd, ameaçado de extradição para o Japão.
O canadense foi preso no domingo (21) na Groenlândia pela polícia dinamarquesa, que cumpriu um alerta vermelho da Interpol, solicitado pelo governo japonês, por ele ter realizado ações para impedir a caça às baleias em águas territoriais do Japão.
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Uma petição encabeçada por Brigitte Bardot, hoje à frente de uma fundação de defesa dos animais, é publicada no jornal Libération, assim como uma entrevista ao Le Parisien.
Bardot conta que conhece Paul Watson, um dos fundadores do Greenpeace, desde a década de 1970, quando o ativista a levou em uma viagem para conhecer a situação dos bebês focas, vítimas da predação humana.
"Armadilha"
A ONG Sea Shepherd denuncia "uma prisão ilegal" e um "escândalo". Watson parou na Groenlândia a caminho do Japão onde, com sua tripulação, ele pretendia evitar que o novo navio japonês "Kangei Maru" matasse baleias. Para Bardot, o ativista de 73 anos caiu numa armadilha, uma vez que o "alerta vermelho" da Interpol ficou "desaparecido" durante vários anos.
Segundo Bardot, Paul Watson é um "homem corajoso", que é odiado pelos japoneses por ter salvado 5.000 baleias. "Ele faz o que é necessário para proteger estes magníficos cetáceos", diz ela nas páginas do Le Parisien.
"O Japão é um país criminoso que foi condenado pelo Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) pela caça ilegal destes animais protegidos. Restam apenas três países rebeldes que ainda matam baleias: Japão, Noruega e Islândia", insiste a ex-atriz francesa.
Os assinantes da petição pedem ao presidente Macron que interceda junto à primeira-ministra da Dinamarca para evitar a extradição de Watson ao Japão, onde temem que ele seja condenado à pena de morte, mesmo se ela não é mais aplicada atualmente, ou seja preso em "condições de detenção terríveis". O canadense agora mora na França, onde seus filhos mais novos estudam.