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"Quero ser o melhor do mundo", diz skatista brasileiro que compete nas Olimpíadas por Portugal

22/07/2024 11h16

Ele nasceu em San Diego, nos Estados Unidos, de pais brasileiros e avô português. Apesar das raízes brasileiras, Thomas Augusto será adversário dos 12 atletas que formam a comitiva do Brasil no skate nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A RFI conversou com Thomas, que vive na Califórnia, antes do embarque para a França. 

Ele nasceu em San Diego, nos Estados Unidos, de pais brasileiros e avô português. Apesar das raízes brasileiras, Thomas Augusto será adversário dos 12 atletas que formam a comitiva do Brasil no skate nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A RFI conversou com Thomas, que vive na Califórnia, antes do embarque para a França. 

Maria Paula Carvalho, da RFI emParis

Com três nacionalidades, Thomas explica por que escolheu  defender as cores de Portugal. "Não me considero americano. Nasci aqui, mas cresci na cultura brasileira e portuguesa. Então foi fácil, a escolha era entre Brasil e Portugal. O Brasil está cheio de skatistas e não me convidaram para entrar na seleção brasileira, mas não tem problema. Minha escolha foi por Portugal", diz.  

Thomas Augusto conta que o skate entrou na sua vida muito cedo. "Não sei como aconteceu. Eu tinha um skate na minha garagem e comecei a andar sozinho. Meus pais não tinham nada a ver com skate, mas eu me apaixonei", explica.

"Eu era judoca antes, comecei a andar de skate toda a semana, daí saí do judô e fiquei só no skate. Eu tinha muitos amigos no esporte, virou a minha vida", completa. "Eu já rompi o joelho, vou ter que fazer uma cirurgia no ombro depois das Olimpíadas, porque toda a semana ele desloca. Mas tudo vale tudo a pena, no fim".  

O primeiro campeonato foi aos 10 anos de idade e, desde então, Thomas Augusto soube que queria seguir carreira no esporte. "Depois daquele campeonato, eu senti aquela adrenalina e, desde aquele dia, escolhi ser profissional. Soube que a minha vida era essa, competir o mundo inteiro e estar com amigos, porque o skate é a minha família".

Aos 20 anos, Thomas Augusto sonha alto, após ter estreado no mundo do skate profissional somente em 2024. "Eu passei de um skatista amador a um atleta profissional que conseguiu se classificar para as Olimpíadas. Foi estressante, mas aprendi muito e estou muito satisfeito com o lugar que eu cheguei até agora. E estou indo para a medalha", promete. 

"Uma medalha nos Jogos significa tudo"

"Para mim significa tudo. É o maior estádio do mundo, todos vão estar assistindo. É a chance para fazer a minha carreira ou vou ter que esperar mais quatro anos. Uma medalha dos Jogos Olímpicos para mim significa tudo. Acho que é assim para todos os atletas, afinal você conseguir falar que ganhou uma medalha nos Jogos é muito importante", avalia. "Quero ser o melhor do mundo, eu não quero estar no top 20 do mundo. Quero ser o melhor. É por isso que nós treinamos", diz. 

Em Tóquio 2021, na estreia do skate nos Jogos Olímpicos, três das quatro medalhas de ouro da modalidade foram conquistadas por japoneses, enquanto o australiano Keegan Palmer arrecadou a quarta de ouro. O Brasil levou três medalhas de prata com Pedro Barros, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal.

Thomas Augusto diz que é muito difícil saber como funciona a cabeça dos juízes numa prova de skate. E explica as diferentes variações da competição. "Eu acho que a cabeça dos juízes muda muito na minha modalidade, dependendo do parque onde vamos andar, porque os obstáculos mudam, as transições mudam, as linhas mudam, então é muito diferente o julgamento de um evento para outro", explica. "Tem a prova de Street, corrimão, tem salto em escada e depois tem a minha prova que é a park, que é como uma piscina. Tem paredes, a gente dá mais aéreos, giros no ar, a gente flipa o skate", destaca.     

As provas de skate dos Jogos Olímpicos acontecem de 27 de julho a 7 de agosto, no parque urbano montado na Praça da Concórdia. A poucos dias do maior desafio de sua vida, ele foca agora no preparo emocional. E guarda surpresas para apresentar em Paris. 

"A gente vai preparar muito o mental, porque este estádio vai ser gigante, vai estar cheio de pessoas assistindo e bate o nervosismo. Fisicamente, nós temos que estar prontos, então a gente tem que malhar todo o dia para deixar o corpo o melhor que puder, para chegar no evento se sentindo muito bem. E claro, tem o aspecto de treinar skate também. Eu tenho duas manobras que estou treinando agora que eu espero colocar em prática no campeonato em Paris", anuncia. 

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