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'Pistola na cara': menina de 15 anos morta por homem de 56 relatou medo

Gilson Cruz de Oliveira, 56, segue preso de forma preventiva em uma cadeia pública em Monteiro (PB) -
Gilson Cruz de Oliveira, 56, segue preso de forma preventiva em uma cadeia pública em Monteiro (PB)
do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/07/2024 11h14

A adolescente Maria Vitória dos Santos, morta aos 15 anos pelo comerciante Gilson Cruz, 56, relatou medo e violências sofridas praticados pelo suspeito, com quem mantinha um relacionamento.

O que aconteceu

Na gravação obtida pela polícia, Maria Vitória diz ter sofrido diversos tipos de violência e que Gilson chegou a colocar uma pistola em seu rosto. "Ele já tentou fazer muita coisa comigo, né? Tipo, já jogou a pistola na minha cara, estourou minha cabeça, aí tive que dar ponto na UPA, um monte de coisa. Só que eu nunca tive coragem de denunciar ele", relatou a vítima, no áudio divulgado pelo Fantástico neste domingo (21).

A vítima foi morta no dia 14 de julho. Na ocasião, segundo a polícia, ela e Gilson bebiam sozinhos, quando ele teria se irritado por causa de uma brincadeira feita pela jovem. Durante a madrugada, o suspeito matou a vítima a tiros.

Polícia investiga suspeita de que Gilson tenha praticado estupro de vulnerável. Conforme a investigação, ele começou a manter um caso com a adolescente quando ela tinha 13 anos, o que é proibido pela legislação brasileira, que entende que alguém dessa idade não tem capacidade de consentir. O comerciante também tinha o hábito de promover festas regadas a bebidas alcoólicas com outras meninas, todas menores de idade.

Gilson e Maria Vitória moravam juntos há quatro meses. Segundo o delegado Sávio Siqueira, responsável pelas investigações, os dois se conheceram quando a adolescente começou a trabalhar na padaria de Gilson "há alguns anos".

Testemunhas e conversas indicam que Gilson era 'violento'. Ao UOL, Siqueira disse ter ouvido duas pessoas próximas a Maria Vitória e que teve acesso a conversas de WhatsApp entre a adolescente e Gilson. Os relatos e as mensagens mostraram que o suspeito praticava violência física e psicológica contra a vítima.

Relembre o caso

Maria Vitória foi baleada e morta no dia 14, na casa de Gilson. Segundo testemunhas, o suspeito teria atirado na vítima após uma discussão entre os dois. A casa de Gilson fica no Loteamento Apolônio, no bairro de Bernardino Lemos. Maria Vitória morreu no local.

Suspeito fugiu, mas foi capturado; caso é tratado como feminicídio. Gilson foi preso em flagrante na segunda-feira (15), em Brejo da Madre de Deus (PE), em uma operação conjunta entre as polícias da Paraíba e de Pernambuco. O empresário foi transferido para a Cadeia Pública de Monteiro (PB) no mesmo dia.

UOL ainda tenta contato com a defesa de Gilson. O espaço segue aberto para manifestação. Ao Fantástico, a defesa negou que ele tenha cometido estupro de vulnerável e disse que ele vai esclarecer os fatos perante as autoridades.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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