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Petro pede perdão à Colômbia por escândalo de corrupção em organismo de emergências

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro - Raul Arboleda/AFP
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro Imagem: Raul Arboleda/AFP

Colômbia

20/07/2024 21h53

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu perdão, neste sábado (20), por um escândalo de corrupção em um organismo estatal de emergências, que atinge funcionários de seu governo.

"Quero começar estas palavras basicamente pedindo-lhes perdão como representantes do povo e ao povo da Colômbia pelo que aconteceu na UNGRD (Unidade Nacional de Gestão de Risco)", disse Petro ao iniciar um novo período de sessões do Congresso.

O escândalo veio à tona em maio, quando ficou conhecido o sobrepreço milionário pago por caminhões para levar água para o deserto de La Guajira, uma das regiões mais pobres do país.

Segundo Sneyder Pinilla, o funcionário da UNGRD que revelou o esquema de corrupção, o dinheiro foi usado em outubro passado para subornar congressistas para que apoiassem reformas sociais propostas pelo Executivo, que não tem maioria no Parlamento.

"A administração está seriamente comprometida em recuperar o dinheiro e esse trabalho corresponderá à justiça", assinalou Petro, que mais cedo participou de um desfile militar por ocasião do Dia da Independência da Colômbia.

O presidente mencionou em seu discurso Olmedo López, ex-diretor da UNGRD, que confessou ter destinado dinheiro público para subornar congressistas em troca de sua colaboração para as ambiciosas reformas sociais de Petro, que não prosperaram no Legislativo.

"Não esperei de Olmedo uma atitude como a que vimos", disse o presidente.

As revelações de López salpicam mais de 20 funcionários, inclusive políticos próximos do mandatário, como o ex-ministro do Interior, Luis Fernando Velasco; o ministro da Fazenda, Ricardo Bonilla; e Carlos Ramón González, diretor nacional de Inteligência. Veículos de imprensa locais estimam que tenham sido destinados dezenas de milhões de dólares para o pagamento de propina.

O presidente alertou, neste sábado, sua intenção de utilizar um mecanismo de via rápida ou "fast track" para que suas reformas sociais passem pelo Legislativo. Esta ferramenta foi criada para a validação das normas relacionadas com o paco de paz com a ex-guerrilha das Farc, agora desarmada e transformada em partido político.

Petro, primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, teve, desde 2022, quando assumiu o cargo, uma relação tensa com os presidentes do Senado e da Câmara.

Em 25 de julho será realizada a audiência de indiciamento contra os envolvidos no escândalo de corrupção.

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