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EUA: Trump retoma a campanha eleitoral uma semana após tentativa de assassinato

20/07/2024 15h26

Exatamente uma semana depois de ter escapado de uma tentativa de assassinato a tiros durante um comício na Pensilvânia, Donald Trump faz comício neste sábado (20) em Grand Rapids, no estado do Michigan, no nordeste dos Estados Unidos. Desde cedo, correligionários do Partido Republicano formavam longas filas do lado de fora da arena Van Andel, a espera do primeiro comício do ex-presidente após ele ter sobrevivido a um atentado.

Fortalecido na convenção nacional que lhe deu o apoio total do Partido Republicano, Trump retoma a campanha para as eleições presidenciais de novembro com confiança, um contraste absoluto com o seu rival democrata, o presidente Joe Biden, que parece mais enfraquecido do que nunca. 

Biden continua se recuperando da Covid-19 em sua residência em Delaware, no leste do país. Aos 81 anos, o veterano presidente é alvo de múltiplos apelos dentro do Partido Democrata para que abandone a corrida eleitoral, em meio a dúvidas sobre as suas capacidades cognitivas e saúde física.

De acordo com o jornal The Washington Post, o atual presidente perdeu até mesmo o apoio de Barack Obama, que também acredita que Biden deveria "considerar seriamente a viabilidade da sua candidatura", segundo pessoas próximas do ex-presidente (2009-2017).

Cerca de 20 deputados democratas já fizeram o mesmo pedido publicamente e alguns querem realizar uma convenção partidária aberta para escolher um substituto.

Uma saída de Biden da disputa poderia desestabilizar os republicanos, que seriam forçados a rever a sua estratégia eleitoral, amplamente detalhada durante os quatro dias da convenção realizada esta semana, em Milwaukee.

Até agora, o estado de saúde de Biden é o eixo central da campanha republicana e multiplicam-se as peças de propaganda eleitoral com um Biden que comete gafes, gagueja e tropeça.

Aos 78 anos, Trump criticou Biden por seu estado de saúde, na quinta-feira, durante o seu discurso na convenção em que foi oficialmente ratificado como candidato. Argumento que poderia ser usado contra ele mesmo, caso a atual vice-presidente, Kamala Harris, de 59 anos, se tornasse a nova rival.

Campanha não muda

O eixo da campanha "não mudará fundamentalmente", disse Jason Miller, assessor próximo de Trump, em entrevista à AFP.

"Biden, Kamala Harris ou outro democrata de esquerda radical, todos são responsáveis pela destruição da nossa economia", disse Miller, destacando o que os republicanos consideram uma "crise" devido à migração irregular pela fronteira com o México.

Essas foram as questões centrais abordadas por Trump na convenção, que se revelou um grande sucesso para o líder da direita americana.

Não apenas Donald Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 13 de julho, como o processo contra ele por suposta gestão indevida de documentos confidenciais, após deixar a Casa Branca em janeiro de 2021, foi arquivado.

A imagem de Trump após o atentado, com parte do rosto ensanguentado e o punho erguido enquanto era retirado do local por agentes do Serviço Secreto, percorreu o mundo e reforçou a sua imagem.

Além disso, Trump obteve esta semana o apoio dos líderes do partido, incluindo os seus ex-rivais internos, com os quais agora comanda um bloco sem fissuras. Além disso, a campanha foi reforçada pelo seu novo companheiro de chapa, J. D. Vance, um trumpista puro de 39 anos que poderá atrair votos importantes em estados-chave do país.

As eleições presidenciais nos Estados Unidos serão realizadas em 5 de novembro. 

(Com AFP)

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